Minas Gerais

CULTURA

Feira de artesanato do Vale do Jequitinhonha começa na próxima semana, na UFMG

Homenageando mestra Izabel, o evento conta com a participação de cerca de 100 artesãos e tem público esperado de 20 mil

Belo Horizonte (MG) |
Na edição de 2024, a feira homenageia e celebra Dona Izabel, que estaria completando 100 anos. - Foto: Bergsthem Santana Silva/UFMG

Com atrações culturais e em homenagem ao centenário de Dona Izabel Mendes da Cunha, mestra de ofício de Santana do Araçuaí (MG), acontece, a partir de segunda-feira (23), na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a  23º edição da Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha. O evento, que tem programação até o dia 27, será na Praça de Serviços, no campus Pampulha da instituição, em Belo Horizonte. 

Feira conta com ampla variedade da produção de artesanato local

Organizada pela pró-reitoria de Cultura (Procult) da universidade, a feira terá a participação de 100 artesãos, que fazem parte de 50 associações de 27 municípios da região do Vale do Jequitinhonha. A atividade também conta com shows diários de artistas como Tadeu Franco, Felipe Bedetti e Letícia Leal, que ocorrerão sempre às 12h.

A feira conta com uma ampla variedade da produção de artesanato local, trazendo a diversidade do tear, bordado, tecelagem, cerâmica, madeira e palha, além de produtos da agricultura familiar. A UFMG espera um público de cerca de 20 mil pessoas, ao longo dos seis dias de evento.

 

O histórico da feira 

Chegando a sua 23ª edição, a feira é  considerada o mais importante espaço de comercialização, para os artesãos do Vale do Jequitinhonha, e uma importante experiência de troca de saberes, para a UFMG. É o que destaca, em entrevista ao portal da universidade, Sérgio Diniz, coordenador da feira e produtor cultural.

“É um movimento de troca de experiências e de convívio entre artesãos de tantos municípios distintos. Sabemos que a feira é muito aguardada por toda a comunidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte e até por lojistas, que se deslocam até o campus, em busca do melhor do artesanato” afirma.

Ele ressalta ainda a força do evento, que acontece anualmente, geralmente em maio.

“Graças à sua magnitude, a feira tem resistido a várias circunstâncias nesses anos todos, como diferentes governos, crises econômicas, pandemia ou até mesmo à greve dos servidores no primeiro semestre, que nos levou a organizá-la em setembro, sempre com o apoio de vários parceiros dentro da universidade”, afirma o produtor cultural, em entrevista ao portal da UFMG. 

 

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A ideia de um evento que evidenciasse, na capital mineira, os artesãos do Vale do Jequitinhonha surgiu em setembro de 2000, durante a Semana do Conhecimento UFMG. 

 

Homenagem 

Na edição de 2024, a feira homenageia e celebra Dona Izabel, que estaria completando 100 anos. Ceramista e mestra de ofício de Santana do Araçuaí, distrito de Ponto dos Volantes, no Vale do Jequitinhonha, Izabel Mendes da Cunha começou seu artesanato em barro muito cedo, ao lado de sua mãe e irmã, que produziam vasilhas com o material. 

Conhecida como “Isabel das bonecas”, ela foi uma das mais referenciadas  artistas populares do Brasil, tendo criado as noivas de cerâmica, que viraram símbolo do artesanato de sua região. 
Em 2004, ela ganhou o prêmio Unesco de artesanato para a América Latina, concorrendo com artistas de toda a região global. Falecida em 2014, a mestra Izabel é autora de peças que hoje integram museus e coleções em todo o mundo.

Edição: Ana Carolina Vasconcelos