Orgulho é um sentimento de prazer e satisfação que construímos por sermos quem somos, mesmo diante da vergonha que é imposta como forma de controle. As pessoas LGBT´s (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) vivenciam essas contradições. De um lado, nos empurram esse sentimento de vergonha. De outro, nós reagimos, com indignação, luta e muita purpurina.
Em junho de 1969, frequentadoras do bar Stonewall, na cidade de Nova York, se rebelaram contra a ação da polícia, que perseguia e fechava bares frequentados por LGBT’s. A ação levou à bandeira do orgulho, inaugurando as Paradas LGBT. O dia 28 ficou marcado como do orgulho LGBT.
Neste ano, no dia 12 de junho, foi realizado um ataque brutal contra uma boate gay em Orlando, também nos EUA. Um atirador abriu fogo, matando 50 pessoas e ferindo outras 53, no pior massacre ocorrido no país desde o 11 de setembro. No Brasil, a situação não é melhor. Segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia, se mata um LGBT a cada 28 horas no país. Amargamos ainda o título de nação que mais mata travestis e transexuais de todo o mundo, segundo a ONG Transgender Europe.
Se a resposta conservadora habitual para lidar com a diferença é sempre a violência, a resposta das pessoas LGBT’s é a resistência. A violência antes paralisava os LGBT pelo medo. Agora, alimenta a luta. O movimento que surgiu para dar voz para LGBT’s nos EUA hoje ocupa várias cidades também no Brasil, colorindo-as com diversidade, igualdade, justiça e muito orgulho.
Queremos deixar claro que vamos seguir ocupando os espaços públicos. Esperamos que essa gritaria odiosa e preconceituosa fique muda frente ao grito de amor e respeito que estamos dispostos a fazer ecoar. Assim será possível fazer nascer uma sociedade de paz.
*Dérik Ferreira Rosa é militante do Levante Popular da Juventude em Minas Gerais.
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