O número de famílias sem moradia é um problema grave em Belo Horizonte. Segundo estudo da Fundação João Pinheiro, em 2013 a região metropolitana possuía 140 mil famílias sem local de moradia, sendo que destas 75 mil declaram gastar 30% ou mais da renda do mês com aluguel, o que é considerado gasto excessivo. Aos candidatos a prefeito da capital, fica a pergunta, como pretendem mudar o quadro da cidade?
Despejo, realocação e novas unidades
A assessoria de Vanessa Portugal (PSTU) responde que o planejamento habitacional da candidatura foi construído com movimentos populares. A candidata afirma que estudos de 2010 apontam que 60 mil imóveis residenciais estão vagos em BH, enquanto existem 75 mil famílias sem moradia. O plano da professora é atualizar o levantamento e desapropriar os imóveis vazios.
O candidato Marcelo Álvaro Antônio (PR) defende uma “requalificação urbana” com implantação de Academias da Cidade e áreas de lazer. Pretende erradicar os pontos de risco alto ou muito alto com a remoção e realocação das pessoas para áreas próximas. Não cita quais comunidades passariam pelo processo ou se 100% dos moradores teriam direito a nova moradia, mesmo sem título de propriedade do local.
Já o candidato Sargento Rodrigues (PDT) propõe que, na sua gestão, a prefeitura organize um fundo habitacional e construa moradias independentemente da verba federal ou estadual. De 2009 a 2015, 13 mil unidades habitacionais foram construídas em BH, segundo a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel). A grande maioria, 61%, com recursos do Governo Federal, o que mostra dificuldade da política de se sustentar apenas com dinheiro municipal.
Mais que uma casa
A proposta de Reginaldo Lopes (PT) cita a realocação de famílias e insere o direito ao serviço da Copasa e Cemig para todas as comunidades já existentes. Pretende também implantar a Lei Federal 11.888, que garante assistência de arquitetura e engenharia para melhoria das residências em vilas e favelas e criar um Conselho Habitacional Metropolitano.
Délio Malheiros (PSD), candidato da continuidade da atual gestão de Marcio Lacerda, herda um déficit de 56 mil moradias, segundo a Urbel, e promete a construção de 80 mil unidades pelo Minha Casa Minha Vida.
Os outros sete candidatos foram notificados, mas não responderam até o fechamento desta matéria.
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