O metrô de Belo Horizonte completou 30 anos, mas acessá-lo ainda é um privilégio. A população da região metropolitana ultrapassa os 5 milhões, mas a única linha disponível, com 28 km, 19 estações e 35 trens, atende, em média, a 220 mil pessoas por dia. De acordo com o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), somente 27% dos belo-horizontinos gastam 15 minutos ou menos em caminhada até a estação mais próxima do metrô ou Move. À imensa maioria, resta pegar ônibus caro, demorado e desconfortável, por vezes enfrentando congestionamento.
Em período eleitoral, as promessas voltam à cena. Em 2012, por exemplo, técnicos começaram a perfurar o solo entre as ruas Carijós e Espirito Santo, na Praça Sete. A operação foi divulgada pelos principais jornais da cidade como uma sondagem para se construir nova linha do metrô, ligando a Lagoinha à Savassi. Na época, adversários do então candidato à reeleição, Marcio Lacerda (PSB), acusaram-no de encenar a obra para obter votos.
Em 2013, a prefeitura enviou à Câmara um programa de metas e resultados, no qual previa a entrega de nova linha em 2017. No mesmo ano, a presidenta Dilma (PT) anunciou R$ 60 milhões em projetos do metrô. O governo de Minas, então comandado por Antonio Anastasia (PSDB), afirmou ter assinado um contrato com a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 52,8 milhões, para a contratação de estudos sobre a viabilidade das obras. Em 2014, o Ministério das Cidades devolveu um projeto de ampliação do metrô apresentado pelo governo de Minas, acusando documentação incompleta.
Atualmente, a construção das linhas Barreiro/Nova Suíça e Savassi/Lagoinha não tem previsão para começar. “Até o final do ano passado, fizemos diversas audiências na Assembleia Legislativa, mas a verba prometida não veio. O problema é que, além da falta de vontade política, também existe a influência das empresas de ônibus, que não consideram lucrativo ampliar. Os políticos que dizem representar o Barreiro vinham sendo financiados por empresas do transporte rodoviário”, denuncia Reginaldo Silva, da Assembleia Popular do Barreiro.
O que tem precisa melhorar
A única linha que liga a região do Eldorado (Contagem) a Venda Nova (BH) enfrenta dificuldades para continuar funcionando. Além da falta de investimentos nos últimos anos, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) - empresa federal que gere o metrô - enfrenta problemas no custeio de suas operações na capital mineira, com redução de
R$ 39 milhões nas verbas. Em julho, durante alguns dias, as viagens foram reduzidas em 20%.
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