Minas Gerais

22 DE SETEMBRO

Trabalhadores organizam dia de atos e paralisações em defesa da democracia

Exigindo a saída de Temer, servidores públicos e privados de todo o país sairão às ruas contra ataques a direitos

Belo Horizonte |
22 de setembro será o Dia Nacional de Mobilização contra o governo não eleito de Michel Temer
22 de setembro será o Dia Nacional de Mobilização contra o governo não eleito de Michel Temer - Elza Fiúza / Agência Brasil

"O golpe parlamentar promove um ataque direto à classe trabalhadora, por isso é importante que todas as categorias se unam e mostrem que estão atentas e que irão combater a retirada massiva de direitos”, afirma o Secretário Geral da Central Única de Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), Jairo Nogueira. Ele se refere ao dia 22 de setembro, marcado como dia nacional de mobilização contra o presidente não eleito Michel Temer e as ofensivas neoliberais propostas por seu governo. 
Nessa data, serão realizadas centenas de paralisações e atos pelo país, que contarão com a união de diversas categorias, inclusive as que já deflagraram greve, como os bancários, servidores dos Correios e técnicos administrativos das Universidades Federais. Devem se juntar à iniciativa os metroviários, petroleiros, trabalhadores da educação, saúde, e de demais setores – inclusive privados – que também vão cobrar por melhorias das condições de trabalho nas esferas estaduais e municipais.

Greves no estado
Em Minas, as ações estão sendo organizadas pela CUT, Centrais dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Conlutas e mais três centrais sindicais. Entre as intervenções programadas, serão realizadas diversas ocupações de empresas, ruas e fachada da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Todas essas mobilizações culminarão em um grande ato unificado na Praça Sete. Algumas categorias prometem a interrupção das atividades também no dia 21. 
“Lutamos contra a privatização, terceirização, a reforma da previdência e trabalhista, rasgo da CLT, desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS) e projetos conservadores como o ‘Escola Sem Partido’. Agressões que estão presentes nesse cenário de golpe e, claro, exigimos a saída imediata do Temer’”, declara o vice-presidente da CTB, Antônio de Lacerda.

Greves em todo país pela garantia de direitos

Desde o dia 6 de setembro, os bancários de todo o país se encontram em greve por tempo indeterminado. Além das demandas gerais, a categoria cobra aumento salarial, valorização dos pisos, melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), fim das metas abusivas e do assédio moral. 
Cerca de 70% dos bancos já tiveram os serviços interrompidos na capital mineira e região metropolitana, no entanto, a negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) - que oferece um aumento salarial de 7% mais abono de R$ 3,3 mil - segue sem avanços. “O valor está abaixo da inflação. Isso é um absurdo se pensarmos em quanto os bancos lucram diariamente. Eles desrespeitam o trabalhador”, critica Eliana Brasil, presidenta do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte. 
Também seguem paralisados os trabalhadores das instituições federais de ensino e os servidores dos Correios, que entraram em greve na última quarta-feira (15). Eles lutam pela implementação total de entregas somente pela manhã, o que os preveniria de graves doenças decorrentes dos raios solares do período da tarde. 
Além disso, pedem pela não retirada do plano de saúde, como explica a secretaria geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sintect-MG), Iranir Fernandes. “Querem que arquemos com parte da mensalidade do que deveria ser um direito nosso e não fazem um concurso público há mais de cinco anos. Somos umas das categorias que mais adoece, levamos diariamente 10kg de encomendas nas costas”, completa. São reivindicados também o fim do desvio de função, redução da jornada, aumento salarial, entre outras pautas.
Todos esses trabalhadores organizam ações conjuntas para o dia 22. 

 

 

 

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