Minas Gerais

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Mostra de cinema sobre imigração questiona limites territoriais

Iniciativa conta com 200 filmes sobre o fluxo de pessoas e busca dar visibilidade aos estrangeiros que vivem em BH

Belo Horizonte |
"Tava, a casa de pedra" será um dos filmes exibidos
"Tava, a casa de pedra" será um dos filmes exibidos - Divulgação

Linhas Imaginárias é o nome da mostra de cinema que acontece no Sesc Palladium até o dia 30 deste mês. Com temática que aborda o transitar das pessoas, a migração e a imigração, a iniciativa leva no título uma crítica ao chamado “limite territorial” e tem como objetivo fazer com que as pessoas estrangeiras sejam vistas com respeito, sem estereótipos. É o que afirma a curadora Beatriz Goulart que, ao lado de Alexandre Pimenta, comanda a Pimenta Filmes, produtora responsável pelo projeto. 
A mostra, que é gratuita, conta com pelo menos 200 filmes escolhidos a dedo para manter em evidência os imigrantes que estão mais próximos do contexto belo-horizontino. Aqui, segundo a Polícia Federal, vivem cerca de 2.800 haitianos, que compõem a maioria da população estrangeira da capital. Por isso, muitos títulos evidenciam a realidade desse povo e de outros que, apesar de estarem presentes em menor quantidade, ajudam a construir a cultura da capital mineira. 
“Desenvolvemos a mostra em três meses. O período de pesquisa foi de contato com as opiniões e vivência dessas pessoas. Gostaríamos que os mineiros se interessassem realmente por esses imigrantes que escolheram vir pra cá, soubessem quem são eles para além do espanto e curiosidade com o diferente, que perguntem como é a vida aqui, como era lá, com o que trabalham”, declara Beatriz. 

Encontros
Foram priorizadas também obras criadas a partir de diversos olhares, como o documentário de origem brasileira “Cartas ao Desterro”, que narra a vida de uma mulher armênia e um homem do Sahara Ocidental que vivem em Londres, na Inglaterra. Também são contadas histórias de latinos, europeus, indígenas, asiáticos e muitos outros. 
Durante a abertura da mostra, realizada no dia 15 de setembro, foi preparado um bazar africano com produtos do Senegal, Angola e Argélia. Na ocasião, houve ainda uma cerimônia que mostrou um pouco das tradições do Haiti, com comidas típicas, música e troca de conhecimentos. Agora será a vez de uma oficina com os imigrantes, que foram instigados a gravar vídeos de um minuto com os seus celulares, com foco no olhar de cada um sobre suas raízes e sobre o que vivem nos dias de hoje. 
“As fronteiras foram criadas e, com o capitalismo, se acirram cada vez mais. A mostra, além de aproximar, visa trazer o questionamento de que este sistema não pode tudo. Todos têm os pés dos dois lados do rio”, diz Beatriz.

Serviço

Mostra Linhas Imaginárias
Até 30 de setembro
Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420 - Centro)
Entrada franca, com ingressos distribuídos 30 minutos antes de cada sessão
A programação completa pode ser vista no site 
www.sescmg.com.br

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