Minas Gerais

Editorial

O que vem depois do botão verde, confirma?

Seu candidato se parece com o povo brasileiro?

Belo Horizonte |
Confira dicas para escolher seu candidato (a)
Confira dicas para escolher seu candidato (a) - Marcelo Camargo / ABr

A época que antecede as votações tem cara própria. São carros auto-falantes percorrendo a cidade com todo tipo de jingle, a novela e o jornal começando um pouco mais tarde devido ao horário eleitoral, santinhos com todas as caras, alguns nos bolsos e muitos pelo chão, e muita gente pedindo o seu voto. Como decidir? Não existe uma regra, mas algumas dicas facilitam essa escolha.

Em primeiro lugar veja se o seu candidato a prefeito ou a vereador é filiado a um partido ou grupo político que votou a favor do golpe. Se eles retiraram uma presidenta legitimamente eleita pela maioria do voto popular e aplicam um programa diferente do que foi escolhido, com privatizações e medidas autoritárias, é claro que não respeitam o voto do povo. Ou seja, não vote em golpista!

Em segundo lugar, veja quais as propostas dos candidatos, e reflita se elas são mesmo possíveis ou se são só mais um monte de promessas de campanha para enganar o eleitor. Confira se estão voltadas para a maioria da população (como a preocupação com o transporte público, por exemplo), ou apenas com uma parcela, normalmente os mais ricos. É bem comum encontrar quem fala que a saúde está horrível sem nunca ter passado por um hospital público.

Em terceiro lugar, procure na internet ou em jornais antigos qual a história daquele candidato ou candidata. Se mudou de partido um monte de vezes, se já foi condenado por má administração ou corrupção, de quem ele(a) é amigo, o que já fez pelo povo.

Em quarto lugar, veja a “cara” do candidato. Se parece com você? Por exemplo, se a maioria do povo brasileiro são mulheres, por que tão poucas candidatas? E quando se lança um negro, por que normalmente ele serve pra “puxar o voto” do próprio bairro, mas nunca é o principal candidato do partido?

Em quinto lugar, tente pesquisar quem está financiando a campanha. Normalmente, descobrir quem está pagando a banda é a melhor pista para saber que música, se o candidato for eleito, vai tocar. As regras desse ano prevêem o não recebimento de financiamento de empresas, e sim doações pessoais. Ou seja, quem é muito rico investe em si próprio, muitas vezes mais do que conseguiria obter com o próprio salário. Uma boa dica é consultar o site do TRE, quem tem essas informações.

E principalmente, tente vencer a antipatia que muitos políticos ruins ao longo da nossa história causaram, e se interesse por política, discuta com vizinhos e amigos em quem e porque votar. Não caia nessa lorota de que o país tem os governantes que merece e que o brasileiro não sabe votar.   

Por isso mesmo, o mais importante é pensar o que vem depois de apertar o botão verde, confirma. Chega dessa coisa de escolher quem vai nos representar. Somos nós quem pagamos os salários, portanto também somos nós, a maioria, que deve decidir o que deve ser feito, como e com quanto dinheiro. Queremos nós mesmos participar da política, e isso, só é possível com Constituinte! A luta por mais espaço no poder vai muito além do botão verde, confirma!

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