Dentre as conversas que o empresário Sergio Machado divulgou entre ele e colegas do PMDB, um trecho bem atual é aquele em que o senador Romero Jucá afirma que “só Renan Calheiros que está contra essa porra [colocar Michel Temer no lugar da Dilma]. Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha”. Importante lembrar desse diálogo neste momento, afinal, Temer, o traidor, governante ilegítimo, chegou lá com a contribuição e empenho de seu aliado Eduardo Cunha. O diálogo segue, e Machado afirma: “É um acordo, botar o Michel num grande acordo nacional”. Jucá responde: “Com o Supremo, com tudo.”
Ficou claro que a intenção de tirar Dilma era parar a Lava Jato. Mas, então, a prisão de Cunha não seria contraditória? Não. Faz parte do roteiro. Logo ele estará solto para desfrutar do dinheiro roubado. O intuito é, antes de tudo, legitimar a Operação. Quem sabe, daqui a pouco, consigam prender o ex-presidente Lula, apesar da falta de provas.
Diversos juristas têm chamado a atenção para as arbitrariedades da Lava Jato. Um exemplo foi o grampo ilegal da presidenta Dilma, que além de tudo foi divulgado para a imprensa. Uma atitude como essa deveria ter levado Sergio Moro à prisão. A Lava Jato ignora propositalmente denúncias de desvios de verbas da Petrobras que sejam do período Fernando Henrique Cardoso (PSDB), assim como de pessoas de qualquer outro partido que não o PT. Prendeu sem provas. E a lista vai longe.
O jurista Técio Lins e Silva afirmou que são “arbitrariedades como nunca se viram no Brasil, nem na ditadura”. O procurador Eugênio Aragão disse à Carta Capital sobre os prejuízos ao Brasil: “O pré-sal alavancou a indústria naval e veio a investigação e acabou com tudo. No ramo da construção civil foram 150 mil empregos riscados”. Entre as primeiras medidas do governo ilegítimo estava a aprovação de um projeto que abre a possibilidade de entrega do pré-sal para as multinacionais estrangeiras.
Democracia falida
Vivemos um estado de exceção. Nossa democracia faliu. Os grandes meios de comunicação, com a Rede Globo à frente, tripudiam sobre os três poderes da República, e, principalmente, sobre nossa inteligência. Um governo não eleito que define o orçamento para 20 anos, congelando investimentos em saúde e educação, explicita que pouco importa a vontade popular. Quando retomarmos a soberania e a democracia em nosso país, através de uma nova Constituinte, uma das primeiras iniciativas é prender Michel Temer, pelo roubo de 54 milhões de votos.
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