Minas Gerais

Editorial

Editorial: A luta é por eleições diretas já

Para o povo brasileiro, o momento é de resistir à perda de direitos e lutar pela democracia.

Belo Horizonte |
A nova estratégia é Temer renunciar e o Congresso Nacional eleger, de maneira indireta, um novo presidente
A nova estratégia é Temer renunciar e o Congresso Nacional eleger, de maneira indireta, um novo presidente - Beto Barata / PR

O governo não eleito de Temer acelerou os golpes contra os direitos dos trabalhadores e contra os direitos sociais. As medidas deixam claro: Temer quer mostrar força aos ricos e poderosos que o sustentam.

Primeiro aprovaram a PEC 55 – a PEC do teto dos gastos, conhecida popularmente como PEC da Morte. Depois golpearam a previdência do trabalhador e dos servidores públicos estaduais. Com a proposta de Reforma da Previdência de Temer, o trabalhador terá que pagar por 49 anos ao INSS para se aposentar com a média das suas contribuições. E Temer já anunciou que logo no início do ano, “provavelmente em janeiro”, vai apresentar a reforma trabalhista. E, por fim, a menina dos olhos da burguesia brasileira: permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais. Ou seja, todos os direitos garantidos na CLT, como as férias, 13º salário e descanso semanal remunerado estão em risco.

Temer em xeque

Mas Michel Temer está na berlinda. As diversas denúncias de corrupção contra o próprio presidente e seus ministros mais próximos balançam seu governo. Corrupções que vão desde o mais mesquinho interesse para comprar um apartamento do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, até delações de vários executivos da Odebrecht de que Temer recebeu R$ 10 milhões em propina de Marcelo Odebrecht no próprio Palácio do Jaburu.

Por isso, os grandes empresários e os partidos conservadores da direita brasileira que organizaram o golpe começam a questionar a capacidade de Temer. O golpe teve um objetivo estratégico: aprovar medidas de retiradas de direitos dos trabalhadores e diminuir os gastos públicos com as políticas sociais (saúde, educação, assistência social e previdência social). A corrupção foi apenas uma desculpa para convencer o povo brasileiro a apoiar o golpe. Ou ninguém sabia que Temer era um dos mais sujos políticos brasileiros?

A nova estratégia é Temer renunciar e o Congresso Nacional eleger, de maneira indireta, um novo presidente. Estão cotados o velho Fernando Henrique Cardoso e o velho Nelson Jobim. E não querem nem saber de eleições diretas para ouvir a opinião da maioria sobre o que deve ser feito para tirar o país da crise.

Para os trabalhadores e para o povo brasileiro, o momento é de resistir à perda de direitos e lutar pela democracia: queremos eleições Diretas Já!

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