A ONG Nova Cambuquira, da cidade de Cambuquira, sul de Minas, está organizando um abaixo-assinado contra a exploração e venda das águas minerais da região. A ONG se posiciona contra uma consulta pública aberta pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e que pretende buscar empresários interessados em usar as águas de forma comercial.
A consulta foi lançada em 3 de fevereiro e está aberta até 23 para “selecionar junto a iniciativa privada, potenciais parceiros e modelos de negócio para exploração das fontes, das marcas e dos ativos industriais”, segundo a companhia. A Codemig é detentora do direito de exploração de águas minerais de Poços de Caldas, Caldas, Tiradentes, Araxá, Caxambu, Cambuquira, Lambari e Conceição do Rio Verde.
Para a cidade de Cambuquira isso significa a retomada do engarrafamento de água. De acordo com divulgação da Codemig, podem ser retiradas das estâncias minerais, a cada oito horas, cerca de 28 mil garrafas de 310 ml e 33 mil garrafas de 510 ml, o equivalente à exploração de 25 mil litros por dia. Caxambu, que também será licitada, terá cerca de 24 mil litros retirados por dia.
Cidadãos descontentes
Para a ONG Nova Cambuquira, a licitação abre margens para o engarrafamento de água até que as reservas locais acabem. “Atualmente, a água mineral faz parte do código de mineração, o que significa que pode ser explorada até o seu esgotamento, assim como aconteceu com o ouro”, destaca, em nota. O abaixo-assinado online já conta com 2 mil assinaturas e pede que as águas, que possuem valor cultural e terapêutico, sejam protegidas pelo poder público.
O abaixo-assinado pode ser acessado em: http://migre.me/w4OBD
Edição: Joana Tavares