As três empresas responsáveis por operar o transporte coletivo de Uberlândia, no Triângulo Mineiro - Transporte Urbano São Miguel de Uberlândia Ltda., Viação Sorriso de Minas S/A e Turilessa Ltda. - pretendem acabar gradativamente com o posto de trabalho dos cobradores das linhas de ônibus da cidade, ficando a cargo do motorista algumas funções, como cobrança de passagens. A medida resultará na demissão de cerca de 950 trabalhadores.
Essa tentativa segue uma tendência nacional das empresas de transporte de extinguir o posto de cobrador de ônibus, argumentando a falta de necessidade desse profissional frente aos meios eletrônicos de cobrança.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Uberlândia (SINTTRURB), Márcio Dúlio de Oliveira, argumenta que a retirada desses profissionais dos ônibus pode gerar diversos problemas, afetando também os usuários.
“A ausência deste trabalhador implica no aumento do risco de acidente no trânsito, no aumento da dificuldade no embarque/desembarque de uma pessoa com deficiência física que utiliza cadeira de rodas, por exemplo e o risco de acidente no manejo das portas”, enumera. “Além disso, as demissões certamente vão impactar no tempo da viagem, pois o motorista desempenhará a função de dirigir acumulada com a de cobrar. Ou seja, a retirada deste posto de trabalho precariza ainda mais o serviço”, reforça. O sindicato ainda aponta que se a motivação for econômica não se justifica, pois a tarifa contempla o salário de todos os trabalhadores.
O SINTTRURB recolheu assinaturas de vereadores e entregou à prefeitura uma proposta de um projeto de mudança da lei, para regulamentar a existência de dois postos de trabalhos nos veículos de transporte público. Além da pauta contra a extinção do posto de trabalho do cobrador, a categoria está em campanha salarial, pois não houve mudança nos salários, apesar do aumento do preço das passagens no início do ano. Em janeiro, a passagem passou de R$ 3,50 para R$ 3,80.
Edição: Joana Tavares