Relatório da ONG Oxfam demonstrou que seis homens brasileiros detêm a mesma riqueza que a metade mais pobre do país, ou seja, 100 milhões de pessoas. Isso quer dizer que 0,00000003% da população tem a mesma riqueza que 50% dos 200 milhões de brasileiros.
A desigualdade social é a verdadeira chaga brasileira. Resulta dessa desigualdade econômica a desigualdade de acesso ao conhecimento, ao poder e à política. Não há sistema político, democracia e nem mesmo economia que funcione nessas condições.
É levando em conta essa desigualdade social no Brasil que é possível entender o afastamento da presidenta Dilma Rousseff em agosto de 2016. A essa altura do jogo, não há ninguém que vá conseguir sustentar que foi por pedaladas fiscais, motivo pífio e falacioso.
Nossa frágil democracia não conseguiu sobreviver a um curto período de três mandatos presidenciais (dois de Lula e um de Dilma) em que houve um breve ensaio de medidas para melhorar a vida dos mais pobres. Esses governos implementaram uma série de programas sociais, mas esqueceram do principal, democratizar o poder, a política e os meios de comunicação. Quando os ricos já não aceitaram nem mesmo aqueles poucos programas sociais, passaram por cima da nossa democracia.
Desde que Temer assumiu, tomou as medidas mais duras contra os mais pobres. Todas as iniciativas desse governo não eleito jogam o peso da crise nos trabalhadores.
A reforma da Previdência vai impedir que as pessoas saiam do mercado de trabalho, aumentando o desemprego e rebaixando os salários. Vai falir municípios pequenos e jogar milhões na miséria no período da velhice. A reforma trabalhista visa permitir que os patrões possam negociar com os trabalhadores, fazendo acordos abaixo dos direitos trabalhistas. Se aprovada, os trabalhadores perderão a garantia de férias, descanso semanal, décimo terceiro, dentre tantos outros direitos.
A resposta deve ser à altura. Contra a ignorância, a brutalidade e a insensibilidade dos ricos, que ignoram o direito à vida dos mais pobres, a greve e a luta de massas nas ruas. Os milhares de brasileiros que foram às ruas no dia 15 de março acuaram o governo. Também o 31 de março manda um recado aos poderosos. As centrais sindicais e a Frente Brasil Popular estão chamando greve geral para 28 abril. Convoquemos parentes, amigos, vizinhos e conhecidos a nos somar nessa agenda de lutas.
Edição: Joana Tavares