O dia 18 de maio, quando se celebra a importância da Luta Antimanicomial no Brasil, começa a ser construído no sábado (8), com um concurso que definirá o samba enredo 2017 da Escola de Samba Liberdade Ainda que Tam Tam, que comemora seus 20 anos de vida.
Com o tema “Faz escuro, mas eu canto: liberdade em todo canto”, a disputa receberá canções que abordam os recentes retrocessos sofridos nos direitos dos trabalhadores e na política nacional. Entre composições de pacientes da saúde mental, profissionais da área e familiares, a seleção será realizada das 9h às 12h, no Centro de Saúde São Paulo (Rua Aiuruoca, 501 - São Paulo).
Esse será o primeiro desfile realizado após o golpe de 2016. Portanto, como relata a representante do Fórum Mineiro de Saúde Mental Soraia Marcos, pretende abranger pautas que espelham os medos de quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS) e de quem luta a favor do tratamento humanizado e com liberdade.
“O SUS está em risco, assim como a saúde mental, que só existe por conta da universalidade e igualdade do modelo que está inserida”, declara. Ela também se preocupa com a volta da violência e dos manicômios, além da situação do orçamento da saúde depois da PEC 55, que congela por 20 anos os gastos no setor.
Mais diálogo
É por isso que, de acordo com Soraia, o protesto em forma de carnaval vai tratar da reforma antimanicomial, exigindo do governo federal diálogo com os movimentos para a escolha de um coordenador de saúde. “Falta construção em conjunto. Não queremos interesses mercadológicos ou conservadores”, diz a representante.
Além disso, o desfile conta, ainda, com a ala “Criar Sem Temer”, que tem o objetivo de lembrar as conquistas do povo para elaborar novas estratégias de resistência.
Edição: Joana Tavares