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Música

Artistas lutam para tocar nas ruas de Belo Horizonte

Movimento pede mudança na lei que proíbe o uso de pequenas caixas de som em praças e vias

Belo Horizonte |
Projeto de Lei 1587, de autoria do vereador Gilson Reis (PCdoB), prevê que caixas de som de até 200 watts voltem a ser permitidas
Projeto de Lei 1587, de autoria do vereador Gilson Reis (PCdoB), prevê que caixas de som de até 200 watts voltem a ser permitidas - Divulgação

"Ninguém vai ao teatro”, brinca o músico Chico Rocha, da banda Faca Amolada. Ele e dezenas de artistas defendem o direito a apresentar sua arte nas ruas de Belo Horizonte, como acontece na maioria das capitais do Brasil e em outros países. Porém, suas vozes não conseguem competir com os sons de carros, ônibus e precisam de caixas de som para ajudá-los. Mas esses equipamentos são proibidos em BH desde 2011.

O assunto vem à tona novamente por conta do Projeto de Lei 1587, de autoria do vereador Gilson Reis (PCdoB), que prevê que caixas de som de até 200 watts voltem a ser permitidas na capital mineira. O PL foi aprovado pela Câmara de Vereadores a fim de modificar a lei 10.277, de 2011, mas foi vetado pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS).

Chico Rocha, que é parte do Movimento Arte nas Ruas BH, acredita que o veto aconteceu por um desconhecimento do poder executivo quanto à diferença entre potência da caixa de som e altura do volume. “Confundiram watts com decibéis. Uma caixinha de 20 watts (de potência) também pode extrapolar os 70 decibéis. Precisamos de uma caixa de 200 watts para ter um som de qualidade, não alto”, explica.

Ele argumenta que a apresentação de rua é a fonte de renda de muitos grupos artísticos. Além disso, defende que a interação entre arte e espectador é muito mais envolvente, quando acontece em lugares públicos. “Para ali quem quer ver seu trabalho. E nessa, as pessoas que geralmente não vão ao teatro são as que mais se aproveitam”, completa.

 

Edição: Joana Tavares