Dias intensos estão colocados à realidade de nosso país. Uma das cenas mais marcantes foi vista nesses dias, quando os povos originários desta terra, os indígenas, protestaram em frente ao Congresso Nacional com caixões, fazendo a denúncia pelo massacre que sofrem todos os dias, desde que este território começou a ser dirigido pelos interesses externos. Vimos pelo contraste entre a fumaça das bombas de gás do pelotão de choque e a pintura de luta sobre corpos que novos dias estão por vir.
Os trabalhadores e trabalhadoras de todos os cantos do nosso grandioso e imenso país já sabem que do jeito que a coisa está não pode mais continuar. Retoma-se, por parte das organizações sindicais e populares, a ferramenta da greve geral. Milhares de debates, assembleias, palestras, cursos, celebrações, mobilizações, ou seja, um processo de retomada do trabalho de base começou. A greve geral só é possível ser colocada em prática em momentos específicos da conjuntura, quando os ânimos das massas trabalhadoras se acirram e criam, ao mesmo tempo, a possibilidade de um poderoso movimento de transformações.
Salto de qualidade
Há momentos na história de um povo em que todos - pessoas, organizações, ferramentas - são postos à prova e precisam dar saltos de qualidade. Não basta, em situações como essas, tentar voltar ao passado, nem tampouco buscar propostas mínimas, quando o tempo já anuncia propostas que transformam, pela raiz, as estruturas da sociedade.
O povo brasileiro vive um momento definitivo na construção de uma nova história, por isso, o desafio dos lutadores e lutadoras do povo é grandioso. Principalmente o desafio de se colocarem à altura do que são os desejos e as possibilidades de um povo.
Novas práticas precisarão ser construídas, reafirmadoras de princípios da coletividade, sem carreirismos e personalismos. As organizações da classe também precisaram ser ajustadas, muitas mudadas ou reinventadas e outras criadas, para poderem atuar como realizadoras dos interesses das maiorias.
No entanto, do outro lado, no caminho da anulação de um povo, continuarão atuando os funcionários dos interesses externos. As elites subservientes, fascistas e traidoras, irão fazer de tudo para manter a situação sob seu controle. O grande capital internacional já ensaia uma possível guerra mundial, usando o que tem de mais sujo e trapaceiro, podendo causar estragos catastróficos em todo planeta.
O povo não começou um fogo de palha. Os movimentos vividos e sentidos nesses dias mostram o quanto estamos desafiados a uma construção ousada e revolucionária para construir novos tempos no caminho do bem.
Edição: Joana Tavares