Na quarta-feira 17/05, o Brasil foi surpreendido pela delação de Joesley (JBS), comprovando o envolvimento, em esquemas de corrupção, de Temer, Cunha, Aécio e mais uma série de atores do golpe em curso no país. Abre-se uma nova conjuntura. Uma afirmação e uma pergunta ficam no ar: Temer sai! Quem assume o principal posto político no Brasil?
Em pouco mais de um ano de governo golpista, o Brasil e seu povo foram atacados brutalmente. Nossos direitos foram cotidianamente colocados em xeque, e muitos deles retirados: previdência, educação, saúde, aposentadoria, salário, carteira de trabalho. Nossa soberania foi gravemente ferida, com privatizações de empresas estratégicas, como partes da Petrobrás; desmonte de empresas e serviços públicos, como os bancos e correios; e entrega de nossos recursos naturais ao capital internacional, como o pré-sal e nossas terras. Reivindicar a saída desse governo é uma necessidade à sobrevivência! Mas a questão permanece, o que entra no seu lugar?
Novo golpe
Por parte da elite, que quer continuar a cortar os direitos do povo e entregar o Brasil de bandeja ao capital internacional, este é só um ajuste, um golpe dentro do golpe! Na linha sucessória de Temer, estariam o presidente da Câmara, o presidente do Senado e a presidente do STF, nesta ordem. Visto que, tanto Rodrigo Maia (Câmara), quanto Eunício Oliveira (Senado) estão em vias de serem indiciados, a atual ministra do Supremo, Carmem Lúcia é a mais provável futura presidente interina (provisória). Não ocasionalmente ela esteve reunida, no dia 9 de maio, com representantes das 13 principais empresas do Brasil. Também a rede Globo, que, até então, tinha 92% das notícias sobre Temer dedicadas a defendê-lo, chega a chama-lo de “ex-presidente” e defende eleições indiretas.
A verdade é que qualquer saída, proposta por quem tem manobrado o golpe, será sempre uma saída contra o povo brasileiro. Isto coloca na ordem do dia a necessidade de os setores populares serem os protagonistas da construção dos rumos do país. A luta pela saída do golpista Temer e por eleições diretas passam a ser centrais nesta conjuntura.
As ruas e as lutas são sempre o caminho para tempos de mais luz. Neste momento crítico, no qual “Temer sai”, é hora de “entrar o povo”, para fazer com as próprias mãos a história acontecer. Fora Temer! Diretas já!
Edição: Joana Tavares