A Câmara já aprovou a reforma trabalhista, um dos marcos do governo golpista de Michel Temer. Agora, a medida espera votação no Senado. A chamada Bancada da Bola, ligada aos clubes de futebol, é a favor dessa atrocidade.
A primeira rodada do Brasileirão 2017 foi marcada por protestos dos jogadores, organizados pela Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf). O ato contou com o apoio de capitães dos 40 times das séries A e B. Segundo a Fenapaf, cerca de 90% dos atletas protestaram contra essas mudanças. Eles entraram em campo com uma faixa preta em um dos braços, em sinal de luto. Espera-se uma adesão ainda maior dos clubes na segunda rodada, que começa sábado, dia 20.
Os jogadores são contra mudanças na Lei Pelé, que regulamenta os vínculos trabalhistas entre clubes e atletas. Caso as alterações sejam aprovadas, mais de 30 mil jogadores perderão o “direito de arena”, que os remunera, quando os jogos são transmitidos na TV. Eles também podem perder o recesso coletivo ao fim do calendário de jogos. As férias serão parceladas. Há outros prejuízos.
Um levantamento da CBF em 2016 mostrou que 82% dos jogadores profissionais de futebol não ganham mais que R$ 1.000. Por isso, é importante saber que a perda de direitos não afetará, com tanta força, os jogadores que ganham salários milionários e levam uma vida luxuosa, pois eles são minoria. Os mais afetados são aqueles que, como nós, trabalham muito e ganham pouco.
*Fernanda Costa é colunista de esportes do Brasil de Fato MG.
Edição: Wallace Oliveira