O Brasil vai de mal a pior. Os índices econômicos e sociais pioram a cada dia. Os políticos estão desacreditados. O sentimento é de que vivemos um caos generalizado. Em meio ao caos é preciso olhar com calma e encontrar o fio da meada que nos trouxe até aqui.
Um ponto de partida é a crise econômica mundial iniciada nos EUA em 2008. Desde essa crise, o caminho adotado no mundo tem sido a retirada de direitos. Reforma da Previdência que acaba com o direito a aposentadoria, e reforma trabalhista que acaba com os direitos trabalhistas não é exclusividade do Brasil.
A crise internacional não tardou a chegar ao Brasil. Quando chegou, encurtou o cobertor que vinha garantindo cobrir os grandes lucros dos bancos, das empresas, e ainda sobrava uma pontinha da coberta para políticas sociais (Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos, FIES, valorização do salário mínimo, etc).
Com o cobertor curto, virou um salve-se quem puder. Farinha pouca, meu pirão primeiro. Os ricos rompem a aliança com um governo que buscava a agradar a todos, e em peso apoiaram Aécio Neves nas eleições de 2014. E apoiaram com muito dinheiro centenas de candidaturas bastante conservadoras – leia-se a favor do mercado – para deputados federais.
Aécio não aceitou a derrota e fez de tudo para tirar Dilma. Seu aliado Eduardo Cunha, presidente da Câmara de Deputados, aceitou um pedido de impeachment sem provas. O Congresso fez o impeachment e o Poder Judiciário aceitou, mesmo sabendo que era um golpe. E os meios de comunicação representantes dos mais ricos trataram de dizer que tudo se resolveria com medidas que jogam a crise para os mais pobres.
Imagina um jogo de futebol em que se sabe que o juiz e os jogadores adversários não respeitam regras. E, além disso, expulsaram sem motivos não só um jogador, mas todo time adversário. Imaginou? Essa é a situação. Nem entre os que deram o golpe há mais paz, pois sabem que podem ser traídos pelos demais a qualquer momento. Afinal, quem não respeita a Constituição, o que há de respeitar? Agora, eles brigam entre eles: deputados, senadores, Lava Jato, Globo, Temer, etc.
E a saída? Qual seria? Única saída é devolver o poder ao povo por meio de eleições gerais para presidente e para o Congresso Nacional. Mas, para impor ao Congresso que faça eleições gerais, só com muitos milhares na rua, a família inteira, a rua e o bairro. A data já temos, dia 30 de junho, dia de ninguém ir trabalhar. É greve geral.
Edição: Frederico Santana