Até o dia 15 de julho, Belo Horizonte recebe a Escola Itinerante de Arte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A iniciativa nasceu do Festival Nacional de Arte e Cultura da Reforma Agrária, realizado em 2016, e consiste em uma série de oficinas, das mais diversas linguagens artísticas, ministradas para assentados e acampados da reforma agrária.
A ideia é que os trabalhadores tenham acesso às produções culturais e também dominem as técnicas para realizá-las, como explica Guê Oliveira, do setor de cultura do MST. “Queremos colocar a classe trabalhadora como protagonista em todas as dimensões da vida, e também usar a arte para dialogar com a sociedade. Mas, para isso, a gente precisa se apropriar dela, ocupar esse espaço que nos foi expropriado, assim como foi a comunicação, a educação”, explica a militante.
Durante os dias de imersão, acontecem espaços de artes cênicas com João das Neves, literatura com Lirinha, canto com Titane e cultura popular com Pereira da Viola. Também vai ter percussão, expressão corporal, oficina de viola e debates sobre filmes. Todos os artistas participam de forma voluntária.
Oficinas
Para Pereira da Viola, as oficinas são melhor descritas como momentos de “vivência e convivência”. Ele vai apresentar um pouco de sua formação como artista, seus ritmos e experiências. “Ninguém consegue criar a cultura popular dentro de um escritório. A Escola Itinerante é tão importante por isso, porque faz o movimento ocupar-se daquilo de que é dono, de que o povo é dono”, afirma o violeiro.
A perspectiva é que a Escola Itinerante viaje o país para chegar a assentados de toda parte do Brasil e também prepare pessoas para um circuito de festivais que irá acontecer em oito cidades de Minas Gerais, ainda neste ano.
Edição: Joana Tavares