Nossos antepassados usavam práticas populares de cuidados como os chás, as compressas, as rezas, massagens e outras terapias que faziam parte do seu cotidiano.
Os avanços e a democratização do acesso à medicina convencional aumentaram a expectativa e a qualidade de vida. A saúde, ou melhor, a doença, se transformou em um negócio muito lucrativo. Hoje se vende e se compra saúde de todas as formas, dos medicamentos, exames e alimentos “milagrosos” até os equipamentos e roupas “necessários” para atividades físicas. Ao mesmo tempo, os alimentos estão cada dia mais envenenados e menos saudáveis, vivemos num ambiente poluído e estressante, produzindo consumidores fiéis para a indústria da doença, e todo o esquema é mantido pela mídia.
Os cuidados de saúde entre pessoas demonstram carinho, preocupação e amorosidade, valores opostos ao que se pratica hoje na medicina convencional. Levam o paciente assumir a responsabilidade sobre a sua saúde, através da mudança de hábitos de vida, uso de terapias menos invasivas que tratam o indivíduo como um todo, não só como uma dor de cabeça ou uma gastrite por exemplo, como somos tratados normalmente. A saúde é determinada pelas condições de vida, alimentação, sono, trabalho, relações humanas e muito mais.
A medicina que “conserta” a máquina de produzir não cuida do Ser Humano integral, pois para isso seria necessário cuidar também das condições de vida e trabalho, considerar os anseios, sonhos e a realidade de cada um. As doenças começam antes de se manifestar como uma dor ou perda de função. Envolvem nossa postura mental, as emoções e atitudes diante da vida. Sentimentos negativos, como ódio, angústia, insegurança e falta de amor facilitam a instalação de doenças. Sentimentos positivos como alegria, amor, solidariedade, tranquilidade fortalecem o corpo e mantém a saúde.
As Práticas Integrativas e Complementares, conjunto de saberes tradicionais e fundamentados cientificamente são reconhecidas e regulamentadas no SUS. Elas tratam o Ser Humano na sua complexidade, consideram o seu meio e a sua vida para propor estratégias de promoção, manutenção e recuperação da saúde através de tratamentos de baixo custo, sem os efeitos colaterais das drogas vendidas às toneladas nas drogarias.
Convidam o indivíduo a se responsabilizar pela sua saúde, permitem maior interação social e estão disponíveis em centenas de Unidades de Saúde do SUS, aliviando o sofrimento e garantindo uma vida mais saudável para os seus praticantes. Procure se informar sobre a oferta de Práticas Integrativas na sua Unidade de Saúde, e conheça outra forma de cuidar da saúde.
*José Geraldo Martins é farmacêutico e militante da saúde.
Edição: Frederico Santana