A cada duas semanas, a pequena praça de Jaboticatubas (MG), na Serra do Cipó, recebe centenas de alimentos saudáveis. É a Feira Raízes do Campo, com produtos da roça direto dos trabalhadores rurais e que tem feito sucesso entre consumidores e produtores.
Quatro anos atrás, 35 famílias agricultoras começaram a se organizar com o objetivo de diminuir atravessadores e aumentar a qualidade do produto que vendiam na cidade. Foram dois anos e mais de 60 reuniões, com o objetivo de fazer algo inovador para Jabó: uma feira de produtos agroecológicos, com alimentos frescos, sem agrotóxicos, a preço justo e produzidos com a valorização de técnicas tradicionais.
Hoje, a diferença dos alimentos saudáveis é visível, defende Luiz Felipe Lopes Cunha da Associação Amanu – Educação, Ecologia e Solidariedade, uma das organizadoras da feira. “Uma alface que você compra na Raízes do Campo não fica murcha na geladeira em três dias. Ela dura até uma semana”, compara. “As pessoas geralmente consomem produtos que passaram nas mãos de cinco ou mais pessoas. Aqui, recebemos direto do agricultor e por isso é mais fresco e saudável”, explica.
Um armazém de “raiz”
O sucesso da Feira deu aos agricultores ânimo para construir um local fixo de vendas. Eles estão reunindo mais de 50 voluntários, entre feirantes e arquitetos, para formular um mercado-espaço cultural, o Armazém Raízes do Campo. “Estamos fazendo um lugar bonito para estar no nível dos produtos, que são de pessoas simples e de uma qualidade, durabilidade, sabor excelentes”, estima Luiz Felipe.
Depois de inaugurado, a intenção é que a cooperação continue a ser peça fundamental do armazém. Os produtores devem fazer um revezamento para cuidar do estabelecimento. A expectativa é que o Armazém comece a funcionar até outubro.
Preço acessível é preocupação
A produção saudável acaba por encarecer legumes, frutas e produtos - nos mercados convencionais é possível perceber isso no preço dos alimentos orgânicos. Esta foi mais uma preocupação da Feira Raízes do Campo. “Os produtores querem que o alimento saudável chegue a todo mundo, não só ao rico”, afirma Luiz Felipe. Hoje o preço é estabelecido pela média de valor de produtos comuns, não orgânicos.
Edição: Joana Tavares