No dia 19 de setembro de 1921 nascia Paulo Freire, declarado o patrono da educação brasileira. Em homenagem ao seu 96º aniversário, de 17 a 24 de setembro acontece em BH uma semana de eventos para saudar o legado do pedagogo.
Com o tema “Ação cultural pela liberdade”, a Semana Paulo Freire reúne estudantes e trabalhadores para atos e debates. Está confirmada a participação do professor Mariano Alberto Isla Guerra, da Associação de Pedagogos de Cuba e mestre em História e Ciências Sociais.
Para Maria José da Silva, uma das organizadoras, em tempos de golpe e de faixas que pedem por “menos Paulo Freire”, a iniciativa é uma forma de exigir democracia. “Quem está no poder e não quer perdê-lo não deseja que as pessoas tenham consciência, que sejam capazes de ler o mundo”, defende ela, que tem 79 anos e é pedagoga há 60.
Freire também foi perseguido durante a ditadura, quando o golpe de 1964 interrompeu o Plano Nacional de Alfabetização, que havia sido iniciado pouco antes e
continha alguns de seus métodos de trabalho – ferramentas que, segundo Maria, deveriam funcionar nas universidades e nas escolas de hoje.
“É imprescindível uma pedagogia aliada à psicologia, que consiga ouvir, acolher. Como uma criança com fome, traumatizada por abusos consegue estudar? É por isso que defendemos e celebramos Paulo Freire”, continua.
Escola Paulo Freire
Quem também fez parte da criação da semana e acreditou na força do evento foi a ex-vereadora Neila Batista (PT). Ela acompanhou o processo de escolha do nome Paulo Freire para uma escola municipal no bairro Ribeiro de Abreu, na periferia de BH. “Depois de uma grande participação, a prefeitura explicou quem era Paulo Freire e os moradores falaram: ‘é tudo que estamos fazendo e o que queremos pra gente’”, relata. Hoje, a instituição é considerada uma das mais inclusivas de Minas Gerais.
A programação vai discutir também a educação em Cuba, que conseguiu erradicar o analfabetismo de todo o território nacional ainda em 1961. Para conferir as atrações, clique aqui.
Edição: Joana Tavares