Quanto mais o tempo passa no governo golpista, mais assistimos à retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. O governo que se instalou em Brasília parece não cansar de retirar as poucas políticas que atendem as demandas sociais e geram empregos, ao mesmo tempo em que reforça ações para favorecer o lucro do grande capital.
Nos últimos dias, mais dois presentes de grego foram entregues por Michel Temer ao povo brasileiro. O primeiro golpe foi realizado contra a Agricultura Familiar, responsável pela produção de mais de 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas. Na proposta de orçamento enviada ao Congresso para 2018, o governo propõe reduzir de R$ 909 milhões (que já é extremamente pouco para a demanda) para R$ 181,8 milhões o recurso destinado à assistência técnica, educação e assentamento de novas famílias. Essa redução praticamente impossibilita o acesso à terra e até mesmo a possibilidade de produção de milhares de famílias de agricultores. Ou seja, além da redução de empregos, as políticas desse governo negam o direito à terra, educação e assistência técnica a milhares de famílias.
Mas não é só isso. O orçamento do Minha Casa Minha Vida faixa 1, destinado às famílias mais pobres, aquelas que têm renda de até R$ 1800, foi ZERADO. Ou seja, caros leitores, o governo sem vergonha quer que os mais pobres fiquem sem educação, sem terra, sem casa e sem o alimento produzido pela Agricultura Familiar.
Privatizações
Além de minguar as políticas sociais, faz parte do projeto do governo golpista entregar o patrimônio público para as empresas privadas. Setor elétrico, petróleo, Correios, bancos públicos, universidades, saúde e até a educação básica estão na mira. A viseira é tão curta que pretendem vender o que de melhor temos no país, a preço baixo.
O quadro que se desenha para o futuro é terrível: mais pessoas estarão desempregadas. Menos terão acesso a políticas sociais. Muitos se tornarão terceirizados. Raríssimos conseguirão se aposentar. Ou seja, a renda familiar dos trabalhadores vai cair, e muito. Ao mesmo tempo, a conta de luz vai ficar mais cara. Talvez não seja mais possível estudar em universidades públicas. O SUS pode não ser mais 100% gratuito. A gasolina vai aumentar. Muito provavelmente, as tarifas bancárias e de serviços – transporte, água, gás – também.
Vai ficando bem claro o que estava por trás do golpe contra a democracia brasileira e quem lucra com ele. O povo não pode pagar a conta. A cada dia que passa, a necessidade de derrubar esse governo e de avançar nas lutas por direitos se torna uma questão de sobrevivência do povo brasileiro. A unidade entre as forças populares é a saída que se abre para a construção de uma outra ideia de país.
Edição: Joana Tavares