Vivemos um momento no Brasil em que todos os dias precisamos enfrentar mais uma perda de direitos. Ao mesmo tempo, nos deparamos com aqueles que sempre se sustentaram com o sacrifício do povo se safando das “roubalheiras”, como é o caso do senador Aécio Neves.
Tempos ainda mais difíceis com o aumento do conservadorismo, que se traduz, especialmente, no aumento da violência contra as mulheres e contra a juventude negra, que se explicita no aumento do índice de feminicídios e de assassinatos de jovens negros. O avanço conservador também assume a face da intolerância contra as diferenças religiosas, como é o caso da criminalização das manifestações das religiões de matriz africana, a exemplo dos últimos acontecimentos no município de Santa Luzia.
Mais recentemente há, por meio do Judiciário, o retorno de questões que nos pareceriam já superadas como, por exemplo, a possibilidade de considerar a homossexualidade uma doença.
Nesta semana, um juiz do Distrito Federal conferiu uma liminar favorável aos profissionais psicólogos que acreditam que é possível “tratar” (ou “curar”) a homossexualidade. No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a homossexualidade uma doença em 1985, cinco anos antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirá-la da lista do CID (Código Internacional de doença), em 1990. Até essa data, a homossexualidade era considerada um transtorno mental. É para um retrocesso dessa magnitude que abre brecha essa decisão equivocada do Judiciário no Distrito Federal.
Ocupações e cultura são sinais de esperança
É nessa “onda” conservadora, com forte sustentação no Congresso Nacional, que existem inúmeros projetos de lei que procuram restringir e/ou retirar determinados direitos sociais e civis já conquistados. O atual Congresso Nacional explicita cada dia mais seu caráter conservador e contrário ao povo e a todos e todas aqueles e aquelas que possuem seus direitos violados em nosso país.
E apesar de tanta violência e arbitrariedade ainda podemos respirar com os sinais de esperança, a exemplo das recentes ocupações urbanas em Belo Horizonte, do circuito de arte e cultura da reforma agrária que acontece em várias regiões do estado, e tantas outras resistências do povo que não foge da luta e constrói por suas mãos a manhã desejada.
Edição: Joana Tavares