A crise envolvendo o agora ex-senador Aécio Neves (PSDB) e o Supremo Tribunal Federal (STF) é responsabilidade do Senado. A intervenção do STF, determinando o afastamento de Aécio do Senado e seu recolhimento noturno, só ocorreu por absoluta omissão da Câmara Alta. É urgente a cassação do mandato de Aécio no Conselho de Ética.
Trata-se de um corrupto que sequer nega o diálogo que teve com o empresário também gatuno Joesley Batista. Pediu R$ 2 milhões e tampouco negou (nem poderia, pois foi gravado). Recebeu a grana, também provado em vídeo.
Aécio não é apenas um corrupto (a)moral. É um golpista, o que é tão grave quanto. A cada dia que passa, fica claro a todos o ridículo a que foi submetida a democracia brasileira pelo grupo de canalhas que tomou o poder. Canalhas liderados por Temer, Eduardo Cunha e sobretudo Aécio Neves.
O modus operandi de Aécio e sua turma em Minas Gerais atesta seu perfil antidemocrático. Foram 12 anos de construção da união das diversas esferas da elite do estado, convergindo repressão e isolamento dos movimentos populares. Aécio, seguido depois pelo seu aliado Antonio Anastasia, reprimiu toda voz contrária nesse período — eu mesmo até hoje respondo a processos apenas por solicitar investigações contra a turma do PSDB que governava Minas.
Essa unidade das elites deu suporte ao famigerado choque de gestão, ao controle da Assembleia Legislativa, passando pela repressão a vozes da mídia.
Aos petistas, a história novamente reserva o nobre lugar de juntar-se aos seus aliados naturais, os trabalhadores do Brasil. Juntos, precisamos retomar as mobilizações populares. Manter-se na luta deve ser sempre o sentido da nossa atuação. Sem tréguas a Aécio Neves, o rosto do golpe!
*Rogério Correia é deputado estadual pelo PT.
Edição: Frederico Santana