Os trabalhadores da Cemig, maior estatal de Minas Gerais, ampliam a mobilização para enfrentar as dificuldades na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2017-2018 junto à Cemig e o governo estadual. Eles têm data-base em 1º de novembro e estão em campanha salarial.
O Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro-MG) denuncia que a última proposta apresentada não garante proteção contra a reforma trabalhista, conforme reivindicado pela categoria, e retira direitos como horas extras e a verba para o Plano de Cargos e Remunerações. Além disso, traz uma cláusula que restringe que os trabalhadores recorram à Justiça após se desligarem da empresa.
Na avaliação do coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, aceitar a proposta que a estatal vem tentando impor é concordar com a retirada de direitos. “É uma afronta a toda a categoria e gera um futuro de extrema insegurança para todos os trabalhadores e trabalhadoras, por isso a proposta foi rejeitada massivamente nas assembleias”, pontua.
Na avaliação do Sindieletro, são muitas as contradições entre os compromissos assumidos pelo então candidato ao governo, Fernando Pimentel (PT), e a postura da direção da Cemig nas relações trabalhistas.
Diálogo impedido
A estatal, que é controlada pelo governo estadual, é acusada de cercear o diálogo do Sindieletro com os trabalhadores, ao tentar impedir o acesso de dirigentes sindicais às dependências da Cemig, inclusive para realizar assembleias.
Também há denúncia de que negociadores da empresa se reúnem “tarde da noite” com sindicalistas que representam apenas parte dos trabalhadores. No dia 10, uma dessas reuniões resultou na assinatura de Acordo Coletivo com algumas entidades sindicais, sem consulta prévia aos trabalhadores em assembleias. Segundo o sindicato, as entidades que assinaram o acordo não representam nem 25% dos eletricitários.
O Sindieletro cobra uma contraproposta que atenda aos anseios dos trabalhadores. Segundo Jerfferson Silva, nas portarias da Cemig em todo o estado, os eletricitários já consideram deflagração de greve.
Edição: Joana Tavares