Depois do silêncio do Atlético Mineiro em relação ao atacante Robinho, condenado em primeira instância pela Justiça italiana a nove anos de prisão por ter participado de um estupro coletivo em 2013, um grupo de atleticanas, denominadas “Feministas do Galo”, cobra do clube um posicionamento.
Elas estenderam, no começo do mês, duas faixas na sede social do clube. Uma dizia: “Galo, seu silêncio é violento! Não aceitaremos estupradores”. A outra: “Um condenado por estupro jogando no Galo é uma violência contra todas as mulheres”.
A ação gerou grande repercussão. O Atlético lançou uma nota, afirmando que “não iria se posicionar porque se tratava de um assunto particular do jogador”. Na última semana, uma outra faixa apareceu na sede do clube, assinada pelas “Atleticanas da Arquibancada”. No cartaz, elas afirmavam apoio ao atacante.
As torcedoras feministas, que preferiram não se identificar por segurança, denunciam que receberam ameaças - físicas e jurídicas - de advogados, torcedores e fãs do jogador, e que estão sendo coagidas para não se posicionarem sobre o caso.
Elas seguem cobrando um posicionamento consciente dos times. “Lutamos também por uma mudança na postura de muitos torcedores e de jornalistas esportivos que, recorrentemente, promovem ou reiteram condutas preconceituosas, racistas, homofóbicas e machistas... Um esporte como o futebol precisa ser democrático e acolher todo tipo de torcedor”, afirmam, em artigo.
R$800 mil por mês
O contrato de Robinho com o Atlético vence em dezembro, mas já está em estudo a possibilidade de renovação. O atleta, que recebe hoje um salário de R$ 800 mil, também é cogitado pelo seu ex-clube, o Santos.
Edição: Joana Tavares