Bombou nas redes o novo clipe de Anitta. “Vai malandra”, que já tem milhões de visualizações, segue repercutindo, gerando polêmicas, comentários e reflexões. E confirmando que Anitta (gostemos ou não) dominou o ano de 2017.
De cara, o clipe começa dando um super close no bumbum de Anitta mostrando as suas celulites, enquanto a batida “an an, tum dum, an an” mostra que o ritmo da vez é o funk. Ela monta na garupa de um moto táxi com a seguinte placa: ANT 1256. Uma curiosidade: as letras ANT se referem a “anti” e há quem diga que os números façam referência ao projeto de lei de criminalização do funk. E Anitta desfila nas ruas da favela do morro do Vidigal, no Rio de Janeiro, lugar escolhido para gravar o vídeo.
Boa parte do clipe acontece na laje e lá estão as meninas (mas os meninos também) se bronzeando com a onda da fita isolante. E haja sensualidade delas e deles... Assim Anitta volta para suas origens: o funk e a periferia.
A cantora vem, há algum tempo, se projetando internacionalmente e para isso se conformando àquilo que o mercado exige. Suas últimas músicas, por exemplo, além de não serem em português, estavam distantes do funk e da periferia. E esse retorno surpreendeu. Com muito exagero, muito “mau gosto”, muitos intencionais clichês, jogando bem na nossa cara a favela. Isso mostra a ousadia da cantora, que rejeitou a empresária e resolveu ela mesma assumir os rumos da sua carreira.
É claro que podemos discutir várias questões, como o lugar das mulheres e a exposição dos seus corpos. Mas vale lembrar que Anitta, hoje com 24 anos, foi uma das artistas mais desrespeitadas pela mídia desde o início de sua carreira e, ao que tudo indica (seu sucesso nacional e internacional), ela deu a volta por cima.
Talvez lá atrás, uma discussão entre ela e a cantora Pitty, no Programa “Altas Horas” a tenha feito mudar sua visão de mundo e da mulher na sociedade. É possível. Vai malandra!
Um abraço! Bom Natal e um ótimo 2018!
Caso não tenha visto, segue o clipe mais comentado da semana:
*Felipe Marcelino é professor de filosofia.
Edição: Joana Tavares