Uma das estratégias dos meios de comunicação empresariais e dos políticos de direita é apresentar as decisões como algo técnico. Os problemas não passariam de um problema de gestão. Nada mais longe da verdade. Todas as definições são políticas, envolvem escolhas, interesses, e, portanto, poder.
Sendo assim, precisamos falar de poder. Quem tem poder consegue impor seus interesses, suas vontades, seu projeto. Isso vale para quaisquer âmbitos, seja em um condomínio, um município, no estado ou no país. Quem tem muitas terras, fábricas, dinheiro, meios de comunicação de massa, forte presença nas Assembleias Legislativas, Câmaras de Vereadores e no Congresso Nacional, quem ocupa espaços no Executivo (prefeituras, governos de estado e Federal), quem tem influência sobre o Judiciário, quem tem conhecimento, tem poder.
É fácil perceber que a imensa maioria da população não tem terras, fábricas, meios de comunicação, grande influência, etc. Podemos concluir então que ela não tem poder? Não. O povo tem - e muito - poder. São as e os trabalhadores que produzem toda a riqueza, que movem a economia. São os que concentram o maior número de votos.
No entanto, esse enorme poder, de manter de pé toda a sociedade e suas estruturas, inclusive as estruturas de poder, está disperso, e só se torna grande quando se organiza, se concentra, define um foco de luta, e age com unidade para conquistar o que deseja. Foi o que o povo brasileiro fez contra a reforma da Previdência em diversas ocasiões ao longo de 2017, e, com isso, conseguiu impedir sua votação até agora.
Mas o lado de lá, a classe dominante, não dorme em serviço. Organizações dos trabalhadores, como sindicatos, associações, partidos identificados com as causas populares, são frequentemente atacados, pela mídia e pelas estruturas de Estado. Fizeram isso para dar um golpe em 2016 e implementar o projeto deles. Seguirão fazendo em 2018, mas só se permitirmos. O próximo passo do golpe é inabilitar a candidatura de Lula, num julgamento que ocorrerá no dia 24 de janeiro. Porque sabem que ele é a principal liderança que representa um projeto de mudanças e querem desmoralizar um líder popular.
2017 foi um ano muito ruim para os direitos e os mais pobres, 2018 será diferente se concentrarmos nossas forças e demonstrarmos que temos poder. A primeira batalha já tem data, precisamos estar todos juntos para vencê-la. Faça sua parte e tenha um feliz 2018.
Edição: Joana Tavares