O ex-presidente Lula esteve na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na quarta (21), para lançar sua pré-candidatura à presidência da República. Pela manhã, em Itatiaiuçu, o petista participou de um ato público no Acampamento Maria da Conceição, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), onde discursou para milhares de pessoas que foram ao local ouvi-lo.
“Estamos vivendo um período excepcional de falta de democracia no nosso país. Antes, para tirar um presidente, eles matavam, davam um golpe militar. Mas eles se sofisticaram e inventaram um golpe parlamentar, construíram uma maioria no Congresso, inventaram que a Dilma tinha dado pedalada”, disse.
Lula comparou sua situação à do ex-presidente Juscelino Kubistchek, que sofreu perseguição judicial da ditadura militar, acusado de posse indevida de um apartamento, e terminou assassinado pelo regime. Lula lembrou que os militares não permitiram as eleições de 1965 para que JK não retornasse ao governo e disse que as tentativas de impedir sua candidatura, por meios judiciais, se devem ao temor dos empresários ante seu possível retorno.
“Não há nenhum candidato que tenha o compromisso com o povo brasileiro e o povo trabalhador, e com a experiência bem sucedida que eu tenho”, concluiu.
Congresso do Povo e Lula
“É emocionante ver que a classe trabalhadora organizada consegue organizar sua moradia, sua alimentação, e vem fazendo resistência nesse acampamento que antes era terra da mineração e da especulação imobiliária. Este é um ato da luta pela democracia e contra o golpe que a classe trabalhadora está sofrendo”, declarou Ester Mirinha Muniz, coordenadora do Acampamento Maria da Conceição.
Marli Beraldo é presidenta da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Sarzedo. Ela viajou 62 km para participar do ato com Lula. Marli conta que os catadores batalharam durante anos pela elaboração de uma política nacional de resíduos sólidos, aprovada durante o governo Lula, e relata outras conquistas que tiveram na época.
“Foi quando tivemos acesso a moradia, a escola, vimos nossos filhos na universidade pública. Por isso, vamos participar do Congresso do Povo, que será uma ferramenta da defesa desses direitos. Vamos organizar lideranças, bater de porta em porta, conversar com a sociedade sobre o direito de Lula ser candidato e sobre o golpe”, disse a trabalhadora.
Edição: Joana Tavares