Em meio a todo o concreto da cidade grande, as pessoas encontram um refúgio na rua Conceição do Pará, no bairro Santa Inês em BH. Um terreno com hortaliças, o chão de terra e os portões sempre abertos são um convite a uma clientela preocupada cada vez mais com uma alimentação saudável.
Ali funciona a Horta do Rui, ou Horta Diniz, que vende legumes, frutas, hortaliças e mudas. A família criou a horta há 45 anos, como conta Rafael Diniz, um dos donos do empreendimento, e o que era produzido no Santa Inês era vendido na feira no Santa Tereza, Mercado do Cruzeiro e outras feiras da cidade. A horta prosperou e se transformou também em um ponto de venda, e hoje atinge a terceira geração Diniz.
O diferencial é que os clientes podem escolher e colher seu alface na hora, diz Rafael. Característica que tem atraído moradores de vários bairros da capital, que costumam ir à horta nos finais de semana. Os produtos vendidos são colhidos naquela e em outras hortas da família, nas cidades de Igarapé e Matosinhos. "O foco dessa horta são folhas. Hoje tem plantado quiabo porque choveu", explica Rafael.
BH é uma das capitais mais verdes
Um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e Agricultura, de 2013, classificou Belo Horizonte como uma das dez capitais “mais verdes” da América Latina e Caribe. Segundo o relatório, um terço dos almoços escolares da capital são preparados com alimentos de agricultores familiares da região metropolitana de BH. O equivalente a 15 milhões de refeições por ano.
Algumas das vantagens que as hortas urbanas trazem para o agricultor e para o consumidor são: o custo com transporte reduzido, os alimentos chegam mais frescos ao consumidor e cria-se uma relação saudável entre produtor e cliente. Além disso, a cidade fica muito mais bonita verdinha, não é?
Mais de 2 mil hortas urbanas
Levantamento feito em 2013 por Luísa Melgaço Ferreira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mostrou que a Região Metropolitana de BH tinha 2056 hortas urbanas naquele ano. Apenas 4 das 30 cidades da RMBH não possuíam agricultores com Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).
Edição: Joana Tavares