A comunidade dos índios desaldeados de Uberlândia e região comemorou, no dia 19 de abril, o dia do índio, com confraternização e rodas de conversa.
O evento foi promovido pelo Movimento dos Indígenas não Aldeados do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (MInA), composto por aqueles indígenas que foram forçados a emigrar de suas comunidades de origem.
Entre as principais reivindicações do MInA está a demarcação de uma reserva na região do Triângulo, onde os índios possam construir uma “casa de rezas” e um centro de cultura e educação indígenas, além de aproveitar a terra para o cultivo.
Além disso, lutam pelo direito ao reconhecimento. A maioria dos desaldeados não tem o documento emitido pelo governo que “comprova” a identidade étnica, o Registro Administração de Nascimento Indígena (RANI), que é restrito àqueles que nasceram e cresceram em aldeias. Os desaldeados também não têm, na certidão de nascimento ou na identidade, o reconhecimento de sua origem étnica. Assim, não podem concorrer, por exemplo, a cotas nos vestibulares, que costumam exigir o registro oficial.
Mulheres à frente
Embora as funções de cacique e pajé sejam, tradicionalmente, ocupadas por homens, não é o que ocorre em Uberlândia.
O MinA tem como líder a Cacique Maria de Lourdes Tupinambá, que, desde 2017, está à frente da associação. Ela sucedeu a outra cacique, Kaun Poti, que fundou o movimento e o liderou por mais de dez anos. A pajé, por sua vez, é Maria Cândida Tupinambá, responsável por conduzir as orações e cultivar as ervas utilizadas nos rituais.
Edição: Joana Tavares