Ao passar pelas ruas de Uberlândia algo tem chamado a atenção dos moradores da cidade: as podas drásticas feitas nas árvores. A engenheira agrônoma Maria Alice Vieira, que faz parte do projeto “Damas Verdes”, critica a forma como elas estão sendo feitas. “Essas podas drásticas (quando se retira mais de 30% da copa) estão sendo realizadas tanto fora de época, o que é prejudicial às plantas, quanto de forma incorreta, deixando as plantas mais altas e com maior risco de queda”, afirma. Além disso o projeto também denuncia a inexistência de laudos técnicos que legitimem as podas.
O vereador Adriano Zago (MDB) entrou com uma representação no Ministério Público denunciando as práticas prejudiciais ao meio ambiente e aos cofres públicos. Segundo o documento, o aumento desenfreado das podas poderia ocorrer para “legitimar uma demanda e justificar o aumento de 200% no valor do contrato com a empresa responsável por dar destinação à biomassa resultante das supressões e podas”. As empresas responsáveis pela destinação constituem o Consórcio Verde, vencedor do processo licitatório que foi iniciado a partir de um contrato de prestação de serviço de R$ 890 mil por ano, alterando o valor em 2017 para R$ 2,9 milhões por ano.
Segundo o inquérito, o Ministério Público entendeu que são necessárias novas provas e documentos. Entramos em contato com a Prefeitura de Uberlândia, mas até o fechamento da matéria não obtivemos retorno.
Edição: Joana Tavares