Desde que a direita passou a ocupar o governo federal com Temer, conseguiram impor muitas derrotas aos trabalhadores. Olhando de longe, eles parecem muito fortes, afinal, conseguiram jogar o peso da crise econômica sobre o povo mais pobre.
Cresceu o desemprego, aumentou a precarização do trabalho, congelaram os recursos para investimentos sociais por 20 anos, cortaram os programas sociais criados por Lula e Dilma, a mortalidade infantil teve aumento de 11%, o custo de vida está mais alto, entre muitos outros retrocessos. É verdade também que eles controlam os grandes meios de comunicação empresariais, boa parte do poder Judiciário e Legislativo, sem falar no poder econômico.
Mas nada disso lhes dá estabilidade, segurança e garantia de continuidade da sua dominação. Seu poderio tem muitos elos frágeis, pés de barro, fissuras, telhados de vidro, chamemos como quisermos.
Uma das principais fragilidades é que o programa dos ricos, das elites econômicas e políticas, não é aceito pelo povo. As pesquisas deixam claro que as pessoas não querem privatizações, um estado diminuto que não garanta saúde e a educação pública e de qualidade, a retirada de direitos, o fim da aposentadoria etc.
Outra fragilidade deles é que não conseguem emplacar seus candidatos. Já tentaram lançar vários, de artistas a apresentadores e juízes. Não têm convencido. O principal candidato deles, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, não decola, ao contrário, na última pesquisa caiu para 3% das intenções de voto.
Divididos, enfraquecidos e sem candidatos viáveis
Além disso, eles seguem divididos entre eles. Mesmo a burguesia interna, o grande empresariado, que apostou no golpe do impeachment achando que o projeto neoliberal os ajudaria, já ensaiam pular fora desse barco. A economia piorou para eles também. Só quem segue ganhando são os bancos.
Os partidos da direita se destruíram ao apostar em um golpe disfarçado de impeachment. O PSDB está em frangalhos. A principal liderança do partido em Minas, Aécio Neves, virou uma persona não grata. Ninguém quer sair na foto com ele.
E sobretudo, o projeto deles, neoliberal, aprofunda a crise e não soluciona os problemas concretos do povo. E sem resolver os problemas da economia, eles não se sustentarão.
Com a unidade da esquerda em torno da candidatura de Lula - que segue em primeiro lugar nas pesquisas - com muitíssimo trabalho, e o envolvimento de todos, temos condições de derrota-los nas eleições de outubro.
Edição: Joana Tavares