Minas Gerais

Esperança

Editorial | Reações à crise são muitas e se multiplicam

"A boa notícia é que o avanço dos poderosos não foi capaz de nos paralisar"

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Iniciativas de denúncia do golpe e suas medidas também acontecem em todo o país, inclusive no meio institucional
Iniciativas de denúncia do golpe e suas medidas também acontecem em todo o país, inclusive no meio institucional - R.Parizotti/Fotos Públicas

Passados mais de dois anos do golpe no país, que levou Michel Temer ilegitimamente à presidência da república, precisamos nos perguntar: em quais aspectos o país mudou? Infelizmente tivemos cortes em políticas sociais, privatização de empresas públicas, retirada de direitos trabalhistas, e mais recentemente uma crise nacional de abastecimento e transporte, com o bloqueio das rodovias pelos caminhoneiros.
A face da crise brasileira sobre o sistema energético afetou não só o preço dos combustíveis, mas também do gás de cozinha, dos remédios e alimentos. A boa notícia é que o avanço dos poderosos não foi capaz de nos paralisar. A luta da sociedade pela defesa do nosso petróleo garantiu a queda do diretor da empresa, Pedro Parente, responsável pela venda de 15,5 bilhões de dólares em ativos da empresa e pelos altos preços de combustíveis no país.
Outra recente luta ocorrida em Minas Gerais foi a Revolta do Botijão, que agita e educa moradores de bairros e favelas sobre os reais motivos do aumento do preço do gás de cozinha. Uma iniciativa que dialoga com a classe trabalhadora em seus locais de moradia sobre a realidade do golpe no país.
Congresso do Povo mobiliza Minas Gerais
Também se destaca em Minas Gerais a ousada proposta da Frente Brasil Popular de construir o Congresso do Povo, com mais de 70 comitês constituídos em todo o estado, envolvendo um total de 210 municípios. Preparado para seguir em luta, o estado realizará no final de semana de 9 e 10 de junho, o Encontro Estadual de Coordenadores de Comitês da Frente Brasil Popular. O encontro tem o objetivo de debater soluções para a crise pela qual passa o país, e encaminhar rumos para manter e multiplicar a mobilização e resistência ao golpe.
Felizmente, estas iniciativas de denúncia do golpe e suas medidas também acontecem em todo o país, inclusive no meio institucional. Na última semana, o depoimento do ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran também combateu as arbitrariedades. Duran, ao ser escutado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados na última terça feira, denunciou publicamente as irregularidades da Operação Lava Jato, afirmando que vários documentos utilizados na Operação foram adulterados, para produzir uma sentença irregular.
As reações ao golpe são muitas e se multiplicam, na defesa da democracia, da soberania e da autonomia. 

Edição: Joana Tavares