O povo brasileiro está desanimado com a Copa do Mundo de 2018. Em nossa história, o maior evento do futebol mundial costuma – ou pelo menos costumava - gerar ansiedade e provocar animação e efervescência, iniciativas criativas e culturais diversas, chegando a ser um motivo de orgulho e um símbolo de nosso país. Mas neste ano parece existir mais torcida dos brasileiros à greve dos caminhoneiros e dos petroleiros do que à seleção.
A Copa envolve paixão, entusiasmo, esperança e amor, pelo time, mas também pela nação.
Neste momento o governo Temer e o golpe têm marcado diversos gols contra o povo e a nação. Entregaram nossas riquezas para empresas internacionais, piorando nossa saúde, educação, segurança pública, reduzindo os salários e os direitos dos trabalhadores, encarecendo a vida do povo, elevando preços dos combustíveis, gás, energia, água, comida, sequestrando a democracia e tentando impedir que a maior liderança do povo brasileiro (Lula) entre na disputa eleitoral. Esses ataques mexem tão profundamente com nossas vidas que chegam a balançar a moral da nação. Tocam em questões tão centrais de nossa existência que sobra pouco tempo e ânimo para amar a nação através de nossa tradicional preparação para a Copa.
Apesar do placar desfavorável, o povo não está fora do jogo. As lutas populares não deixaram passar o desmonte da Previdência, a pressão dos sindicatos e movimentos barraram o avanço da privatização da Eletrobras e as greves dos caminhoneiros e petroleiros reduziram os preços dos combustíveis, retiraram o presidente da Petrobras (Pedro Parente) e aprofundaram a desmoralização do golpe, com apoio da sociedade.
E agora, por meio do Congresso do Povo, construído pela Frente Brasil Popular, vai aumentando o envolvimento da população. Quem estava na torcida começa também a entrar em campo, participando e decidindo quais os principais problemas da nação e como resolvê-los, sendo ao mesmo tempo treinador, capitão, jogador e torcida!
Resgatar o entusiasmo e a magia da Copa do Mundo para o povo brasileiro faz parte da tarefa de se reconstruir como Nação, de retomar nossa autoestima enquanto povo. Devemos fazê-lo, mas isso deve ser a preparação para o passo seguinte: reconstruir de fato esta nação, tirá-la das mãos de quem só faz gol contra e erguer a taça de uma pátria livre! Torcer pela Seleção, mas lutar pela Nação.
Edição: Joana Tavares