Iara Pires Viana, se descobriu lésbica com apenas 7 anos de idade. E ao contrário de muitas famílias, na casa da geógrafa, a diversidade tem voz e vez. A família de Iara nunca questionou sua orientação sexual, pelo contrário, em casa ela sempre encontrava apoio. “Agradeço todos os dias a família que me concebeu, que desde essa idade me ensinou a importância da liberdade de viver, os desafios frente a esta liberdade e o mais importante: a importância do amor e do respeito”, diz.
Há 3 anos Iara está casada com Rosane Pires Viana, com quem divide o nome e a vida. “Percebo que nos marcos legais muito caminhamos, mas socialmente ainda não. Muitos homens, principalmente, têm dificuldade de me ver andando de mãos dadas com minha esposa e filha – como se uma família só pudesse ser constituída a partir deles. Nessas ocasiões fica explícito o machismo interseccionado com a intolerância e a homofobia”, critica.
Professora, Iara já passou por diversos setores da educação desde a sala de aula, gestão da escola e agora é superintendente na rede estadual de educação. Ao contrário do cenário que encontrava em casa, no trabalho ela sempre enfrentou discriminação por ser lésbica e negra. Sobre o avanço do conservadorismo, ela diz: “Não fui ensinada a esconder o amor, aprendi desde a infância que amor é partilhado e que todos devem nos respeitar como somos”.
Edição: Joana Tavares