A privatização da Eletrobras causará grandes aumentos nas contas de luz nos próximos anos. O governo de Temer está prestes a privatizar usinas hidrelétricas, linhas de transmissão, subestações e várias distribuidoras de energia elétrica que pertencem à Eletrobras.
A Eletrobras é uma empresa que pertence ao governo. É dona de 100% de 16 empresas: Chesf, Furnas, Eletronorte, Eletrosul, Eletronuclear, CGTEE, Cepel, Eletropar, Amazonas GT, Amazonas D, CERON, CEPISA, CEAL, Eletroacre, Boa Vista e 50% de Itaipu Binacional. O patrimônio da Eletrobras inclui 233 usinas (47 hidrelétricas), cerca de 70 mil km de linhas de transmissão, 271 subestações e 4,3 milhões de consumidores na distribuição.
Se privatizar, a consequência será novos aumentos nas tarifas de energia elétrica, que farão com que a população brasileira pague a conta por 30 anos. As usinas que pertencem à Eletrobras vendem a energia mais barata do Brasil. A maioria das suas hidrelétricas estão vendendo a energia produzida por R$76/1.000 KWh. Após a privatização, o governo pretende autorizar que estas usinas passem a cobrar quatro vezes mais caro, ou seja, acima de R$200/1.000 kWh, em contratos de 30 anos de duração. Se privatizar, os novos preços serão repassados nas contas de luz.
Eletrobras pertence ao povo
Todo o patrimônio da Eletrobras pertence ao povo. Não são as empresas que pagam a usina, os verdadeiros donos são as pessoas que consomem a energia e pagam a conta de luz mensalmente. Quando uma hidrelétrica é construída ela possui um custo de construção, o chamado investimento. A usina de Belo Monte, por exemplo, custou R$ 30 bilhões ao todo. Este valor, mais os juros, são diluídos em prestações que são cobradas mensalmente na conta de luz durante 30 anos. Desta forma, após o pagamento, o povo se torna 100% dono de Belo Monte. Assim acontece com todas as demais usinas.
Após o pagamento completo, o povo fica dono da usina e a energia gerada passa ser muito barata, algo em torno de R$ 70/1.000 kWh. Para se ter uma noção, os consumidores pagam em média R$ 750/1.000 kWh. Como as usinas foram pagas pelo povo, a população tem o direito de pagar mais barato na conta de luz. No entanto, com a privatização os empresários farão a população pagar duas vezes.
A energia não pode ser controlada por empresas privadas. Devemos acabar com as privatizações, reaver tudo o que já foi privatizado, e assim, garantir soberania, distribuição da riqueza e controle popular sobre a energia.
Edição: Joana Tavares