Assim como a África, o Brasil é historicamente é explorado pelos países dominantes da Europa e Estados Unidos, que veem em nossos territórios a chance de usurpar os bens naturais, explorar as pessoas e impor seu meio de vida. O golpe recente em nosso país é mais um exemplo disso.
Mas sempre existiram pessoas dispostas a se dedicar à luta contra as injustiças causadas por esse sistema de abusos que fere nossos direitos. Um desses lutadores foi Nelson Mandela, que no último 18 de julho completaria 100 anos. Advogado e militante contra a segregação, foi eleito presidente da África do Sul em 1993, depois de passar 27 anos preso. Foi um importante líder político e referência na luta contra o regime racista do apartheid, deixando um importante legado de luta por liberdade, justiça e democracia.
Mandela sempre será lembrado por sua coragem e ousadia, qualidades tão necessárias nesse momento de tensão da democracia do nosso país. Estamos em um momento de crise do sistema político, no qual a organização do povo brasileiro será fundamental.
Podemos relembrar várias questões fruto dessa crise– que não é só política, mas econômica, social e ambiental - como a liberação das terras para exploração sem limites da água e do minério, venda de partes da Petrobras e de empresas do setor elétrico, prisão de Lula sem provas, desmonte dos direitos trabalhistas, tentativa de fazer uma reforma da aposentadoria, cortes em programais sociais, saúde e educação, dentre tantas outras medidas que ferem os direitos mais básicos dos cidadãos. O período eleitoral é uma oportunidade que temos de cobrar o projeto de país que queremos.
Mandela apoiava a Carta de Liberdade, feita pelo Congresso Nacional Africano, que tinha demandas reais do povo, bandeiras políticas sobre direitos humanos e distribuição de renda, além de propostas para a nacionalização dos bancos e dos recursos da terra, por uma educação pública e de qualidade, por uma vida de dignidade para a classe trabalhadora.
A experiência da África deve ser nossa inspiração. Em seus discursos, Mandela agitava uma palavra de ordem. Ele gritava “Amandla” (poder) e o povo respondia “Awethu” (para o povo). A Frente Brasil Popular tem sido um importante espaço de organização e tem proposto um projeto de Brasil que seja feito pelo povo e para o povo. Esse congresso nacional não nos representa e por isso temos que construir um Congresso do Povo.
Edição: Joana Tavares