O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, está prestes a completar três anos, em 5 de novembro de 2018. Desde a tragédia, os atingidos pelo maior crime socioambiental do país lutam para ter seus direitos e ressarcimentos garantidos. No entanto, a reparação em pouco ou quase nada avançou.
Na contramão, os investimentos e esforços para restaurar a imagem das empresas - Vale, Samarco e BHP Billiton - seguem a todo vapor. No último semestre, a Fundação Renova, entidade que gerencia a reparação dos atingidos e que é administrada pela Samarco, tem realizado ações para tentar apagar as marcas da lama e a imagem do crime.
De acordo com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Fundação esconde os rejeitos nas margens dos rios com plantações de leguminosas, tem colocado tapumes nos imóveis atingidos, e tem, até mesmo, demolido casas. No final de julho, o último imóvel que ainda restava em Barra Longa, com marcas da lama, foi destruído pela entidade.
Para Letícia Oliveira, do MAB, as ações são uma tática das empresas de apagar a cena do crime. “Esconde o problema, mas ele continua existindo. O que os atingidos querem são seus direitos garantidos; casa nova, água e solo de qualidade, reassentamento e tratamento de saúde”, denuncia.
Edição: Joana Tavares