A campanha eleitoral começou e será uma luta de classes aberta entre as forças neoliberais, que promoveram o golpe em 2016 e sustentam o governo Temer (Alckmin, Bolsonaro, Marina), e as forças progressistas, que seguem resistindo aos ataques contra os trabalhadores, entre as quais se destaca a candidatura Lula/Haddad, registrada dia 15 com a presença de 50 mil pessoas em Brasília.
Essa polarização se reflete também em Minas Gerais, em que se sobressaem dois blocos. De um lado, as forças do atraso, costuradas por Anastasia/Aécio Neves e o PSDB. Esse bloco aglutina as forças mais vivas do golpismo, protagonista na farsa do impeachment contra Dilma e um dos pilares de Michel Temer no Senado. Derrotá-los tem importância nacional. Foram eles que aprovaram a reforma trabalhista, a terceirização, o congelamento dos gastos públicos e lutam contra a aposentadoria dos trabalhadores por meio da reforma da Previdência.
Do outro lado, está o bloco de forças progressistas em torno de Fernando Pimentel, candidato à reeleição, que está na defesa do direito de Lula ser candidato e na oposição a Temer. Seu governo nos últimos três anos e meio vem sofrendo com os boicotes do governo federal. Fernando Pimentel é a continuidade de um projeto que, nos estreitos limites do deformado sistema político brasileiro, impulsionou políticas públicas e direitos civis no combate ao conservadorismo, ao machismo, ao racismo e à homofobia, além de políticas para o campo.
Embora as aberrações do sistema político gerem a presença indigesta de setores conservadores na base do governo, deve-se reconhecer que na aliança existem as forças progressistas que hoje constroem a Frente Brasil Popular. Ademais, considerando que a classe trabalhadora vivencia hoje um momento de resistência, na qual estas eleições têm importância decisiva, o apoio a Fernando Pimentel leva em conta: 1) o impacto para as políticas públicas e a conquista de direitos, no caso de vitória do bloco conservador; 2) as consequências para a correlação de forças em Minas Gerais e no Brasil; 3) os desdobramentos quanto às condições da luta popular, inclusive em relação à repressão policial; e 4) a relevância de um porta-voz da luta democrática no espaço institucional mineiro.
Aplicando tais critérios a nível nacional é que se deve posicionar nas eleições para as duas vagas do Senado. Os atuais senadores Anastasia, Aécio Neves e Zezé Perrella são fiéis aliados de Temer. É necessário, portanto, eleger uma representante fiel da classe trabalhadora, isto é, Dilma
Rousseff, que, como presidenta, lutou contra o golpe e resistiu a imposição das forças do atraso.
Edição: Joana Tavares