Mulher negra da periferia. A despeito de todas as dificuldades que as pessoas com esse perfil sofrem no Brasil, é sempre importante destacar quem rompe a barreira do preconceito e consegue enxergar um futuro mais digno e promissor. Nesse sentido, o esporte é um meio fundamental para proporcionar uma nova realidade a milhares de jovens. Um exemplo disso vem do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, com a boxeadora Rebeca Lima.
Nascida na comunidade Nova Holanda, ela já cravou seu nome na história do boxe brasileiro, conquistando a primeira medalha no esporte, em campeonatos mundiais juvenis. Da Maré para a Hungria, onde ocorreu o Mundial Juvenil de Boxe, ela traz a medalha de bronze e é uma forte aposta nesta modalidade para as Olímpiadas de Tóquio, em 2020.
Aos 7 anos, na Academia Luta pela Paz, a jovem descobriu no boxe uma paixão. Entretanto, enfrentou o machismo desde cedo, já que “boxe não era considerado esporte para meninas”. Que bom que ela não deu ouvidos a isso!
Aos 14, incentivada pelo treinador Gibi, passou a participar de campeonatos infantis e deu início à carreira. Em 2017, no Campeonato Brasileiro de Boxe Juvenil, venceu Gleisiele Gomes, favorita ao título da categoria 60 kg, e se consagrou vencedora da competição. Com a vitória, surgiu o convite para integrar a equipe brasileira no Mundial Juvenil, quando conquistou seu feito histórico no esporte.
Agora, os Jogos Olímpicos tornam-se seu maior objetivo e os treinos foram intensificados. A exemplo da judoca Rafaela Silva, que conquistou o ouro nas Olimpíadas do Rio e fez história no esporte brasileiro, Rebeca também é um nome em que devemos prestar atenção nos próximos anos. Que venham novas medalhas e mais oportunidades!
Edição: Wallace Oliveira