No dia 31 de agosto de 2016 aconteceu o impeachment de Dilma Rousseff sem provas, fato que ficou conhecido em todo o mundo como um golpe. Completando dois anos nesta semana, fica claro que o golpe está em curso, é um processo em andamento, e segue aplicando seu programa antipopular. Basta vermos a aprovação pelo STF da legalidade da terceirização irrestrita.
O golpe é alicerçado na aplicação de um projeto que foi derrotado nas urnas em 2014. As ideias neoliberais do livre mercado, menos direitos, menos políticas públicas, menos Estado, e menos intervenção na economia - representadas na candidatura de Aécio Neves (PSDB) - perdeu as eleições. No entanto, com Temer presidente é esse projeto que está sendo implementado.
O afastamento de Dilma Rousseff foi alcançado graças à unificação de parcelas do Judiciário (“com o STF com tudo”, conforme dito por Romero Jucá), grandes empresários, Ministério Público, Polícia Federal e os meios de comunicação comerciais, com Rede Globo à frente. Essa aliança segue firme buscando demonizar a esquerda e garantir a vitória nas eleições de 2018 de alguém que siga seu programa, seja Alckmin, Bolsonaro, Marina ou Álvaro Dias.
Derrotar os candidatos de Temer e melhorar a vida
A esquerda, caso ganhe as eleições deste ano, terá que lidar com um golpe ainda em curso. Para conseguir melhorar a vida das pessoas, não terá outro caminho senão mobilizar os trabalhadores para lutarem por seus direitos. Será preciso enfrentar o poder econômico, a Globo e parcela do Judiciário, se quisermos revogar o congelamento dos investimentos e a reforma trabalhista.
É bem verdade que a direita está com muitas dificuldades de emplacar seu candidato, e não titubeará em apostar em outro, como Marina ou Bolsonaro, se o candidato tucano não deslanchar. O povo não quer ninguém que cheire a Temer. E está tendo a coragem de derrotar a Globo e a elite do país ao declarar voto em um preso político, alvo de ataques diários da mídia há muitos anos.
É de grande importância a vitória da esquerda, com a chapa Lula/Haddad/Manuela nestas eleições. Sobretudo pela derrota das forças do atraso. Ganhando as eleições, será preciso dobrar os esforços para garantir a posse, e muita mobilização de rua para garantir a implementação de medidas populares, que só virão com a convocação de uma nova Constituinte que reforme profundamente nosso sistema político.
Edição: Joana Tavares