Desde que a Constituição Federal de 1988 reconheceu a saúde como direito e foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), a principal batalha dos militantes da saúde coletiva tem sido seu financiamento e sua total implementação. Mas, em tempos de golpe, a pressão agora é para reduzir seu tamanho e priorizar os planos privados de saúde.
Mas será que isso é bom para a população? Os pesquisadores e professores da área dizem que não e que, apesar das dificuldades do SUS, ele é responsável pelo atendimento de 75% da população brasileira, além dos serviços coletivos que presta à população, como a vigilância sanitária e a vacinação. E mesmo com o subfinanciamento, ele consegue atender, o que muito plano de saúde não faz.
Não falta noticiário para produzir notícias sobre mau atendimento do sistema público, desqualificando o SUS e alimentando a ideia de que plano privado é melhor. A questão é que grande parte dos planos privados não atendem à maioria da população, seja pela baixa qualidade do serviço, seja pelo alto custo.
O fato é que, na ponta, quando o já magro investimento no SUS é congelado e o sistema é reduzido, como ocorre desde o golpe de 2016, os resultados negativos aparecem: pesquisadores apontam o crescimento das taxas de mortalidade infantil em 2016 e 2017.
Com a redução e o congelamento de investimentos na saúde realizado pelo governo golpista de Temer, a perspectiva é de piora, com o aumento de pessoas que deixarão de ter planos de saúde por causa do desemprego. É mais gente para usar o SUS.
O modelo é bom, mas precisa de investimento. Está na hora de escolher bem em quem você vai votar, para todos os cargos - deputado estadual, federal, governador, senador e presidente. Não vote em quem não defende o SUS.
*Lúcia Azevedo é jornalista e atua na Frente Brasil Popular
Edição: Joana Tavares