A readequação do quadro de servidores municipais da educação de Uberlândia tem gerado descontentamento na cidade. No dia 4 de setembro, pais e professores protestaram contra a medida durante uma sessão da Câmara Municipal. Em carta aberta, o Conselho Municipal de Educação critica a reorganização do ensino, pontuando que desde agosto, por decisão da Secretaria Municipal de Educação (SME), uma série de alterações foram adotadas.
Nesta carta, o Conselho considera que as medidas diminuem a qualidade da educação municipal, uma vez que bibliotecas estariam sendo fechadas, profissionais estariam sendo prejudicados e crianças estariam sendo privadas de alguns conteúdos importantes.
A carta afirma, ainda, que a decisão da SME faz parte de um conjunto de medidas “impopulares e voltadas à privatização”, tais como a terceirização das escolas municipais nos bairros Pequis e Monte Hebron.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Uberlândia (SINTRASP), Ronaldo Brando, afirma que a maior crítica do sindicato foi a forma como a medida foi tomada, de maneira impositiva e sem diálogo com os trabalhadores. No entanto, ele acredita que alguma medida de gestão é necessária, uma vez que haveria salas de aula sem professores.
“Se o profissional está qualificado, o empregador tem liberdade e autonomia para remanejá-lo. O que não houve foi sensibilidade na forma como a decisão foi tomada, para que o trabalhador pudesse participar da decisão e para que houvesse a antecedência necessária para que ele pudesse se readaptar à nova situação”, critica.
Logo após o protesto, os manifestantes se reuniram com a Secretária de Educação, Célia Tavares, para discutir o assunto. Em entrevistas para veículos locais, Célia afirmou que devido à falta de recursos, houve a necessidade de priorizar a manutenção de professores em sala de aula, o pagamento dos salários e a qualidade da merenda, e que novos profissionais estariam sendo contratados.
Medidas da reorganização:
Professores readaptados (afastados das salas de aula por trauma ou estresse) irão voltar a dar aulas desde que liberados por laudo;
Enxugamento de 80% dos trabalhadores do Centro Municipal de Estudos e Projetos Educacionais (CEMEPE), instituição responsável pela formação continuada de professores, desenvolvendo programas e projetos, pesquisa e intervenção pedagógica nas escolas;
Remanejamento dos profissionais que trabalhavam nas bibliotecas;
Professores de Artes e Educação Física que atuam na educação infantil de 0 a 3 anos serão remanejados, e essas disciplinas deixarão de ser ofertadas às crianças.
Edição: Joana Tavares