Minas Gerais

ELEIÇÕES 2018

Eleições: você conhece o projeto do seu candidato?

Privatizações versus distribuição de riqueza são dois lados da eleição para presidente

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Convidados debatem os candidatos a presidência no programa "Eleições na Boca do Povo"
Convidados debatem os candidatos a presidência no programa "Eleições na Boca do Povo" - Lidyane Ponciano

O programa do Brasil de Fato MG desta semana, de transmissão ao vivo, falou sobre os concorrentes à presidência da República e seus os projetos eleitorais. E o que são esses programas? São as propostas de cada candidato para as áreas que ele vai administrar. A conversa se concentrou no que eles farão na economia. Confira alguns dos melhores momentos:

A integrante da direção do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), Sonia Mara Maranho, analisou as probabilidades de um projeto de esquerda e centro esquerda.

Se vencer, qual a possibilidade de a esquerda conseguir um projeto bom para a população? 

Hoje, ganhar as eleições não significa estar no poder, porque estamos num momento de golpe na América Latina. Nossa luta vai ter que ser constante para garantir o povo organizado. [Fernando] Haddad e Manuela [D’ávila] têm a tarefa de construir uma força suficiente para revogar o que foi privatizado. Não tem como governar um país falido e privatizado. É assim que os países se desenvolvem: usa sua força de trabalho, seus bens naturais, sua riqueza e seu povo para ser feliz. E nós não vamos voltar a ser felizes deixando tudo que desenvolve o país para o capital internacional. 

Analisando: a privatização do Brasil
Imaginem o Brasil com a água privatizada, o petróleo, os hospitais, as escolas privatizadas? Tudo que é público privatizado, só funcionando pra quem paga? E é preciso dizer: as privatistas (empresa que compram) não investem. O governo passa a ser o diplomático, que as abre as portas e janelas. O Exército cuida da ordem entre a população. E o capital internacional vem e se apodera de tudo que nós construímos. 

Uma mensagem pra hoje:
É um momento no qual não vamos ter conquista a curto prazo. É momento de lutar para ter direito a votar, de não votar a reforma da Previdência, de revogar as medidas golpistas.

 


Carlos Freitas, mestre em Ciência Política, analisou as diferenças entre as promessas de um e outro candidato. Uma vez eleitos, ele acredita que os partidos tomarão caminhos muito diversos. “Essa eleição, inclusive, é boa para mostrar que partidos políticos não são todos iguais”.

Temer disse que qualquer candidato que vença estará amarrado, que terão que dar continuidade às suas medidas. É verdade?
Não. Esse discurso da indiferença entre programas de governo era muito utilizado durante o governo FHC. A ideologia neoliberal tenta dizer para a sociedade que está adotando tais medidas porque é impossível adotar outras. A gente sabe que não é verdade. Governar é escolher prioridades. Enquanto Fernando Henrique Cardoso (PSDB) privatizava e não distribuía renda, [em uma postura] tipicamente neoliberal, o governo do PT adotou a partilha do petróleo do pré-sal, com recursos usados para a educação e saúde.

E Bolsonaro, o que fará na economia?
Pesquisas indicam que os eleitores dele não sabem dizer quais são as propostas para a economia, para a saúde. O discurso fica na segurança. As propostas de Alckmin (PSDB), Meirelles (MDB) e Temer foram rechaçadas pelo povo. Bolsonaro vai colocar o mesmo projeto neoliberal de Temer, mas ainda não é identificado. O programa de Bolsonaro é ultra neoliberal. O economista Paulo Guedes falou que vai privatizar tudo que for possível. Em algum momento Bolsonaro vai precisar exprimir esse programa.

Qual partido saiu mais prejudicado depois de todo o processo de golpe?
Alguns achavam que seria o PT, que sofreu todo o golpe, mas não, o PSDB saiu pior. O PSDB não tem raiz na sociedade brasileira, não tem alta preferência, não está organizado em movimentos, não tem eleitorado fiel. A direita alternativa tomou conta do espaço que era dele e o eleitorado do PSDB migrou. No caso do PT é diferente, tem raiz social e não foi desconstruído por uma campanha da mídia.

 

 

 

 

 

 

Edição: Joana Tavares