O resultado do primeiro turno das eleições causou, sobretudo no que diz respeito à disputa da Presidência da República, uma profunda tristeza em grande parte da população. O que leva um candidato que carrega tanto ódio receber quase metade dos votos do eleitorado brasileiro? Ódio que tem amedrontado LGBTs, negros e negras, mulheres e quem defende a democracia e os direitos sociais. Pessoas que sabem como é viver em uma sociedade no qual há tortura e sumiço de pessoas. Práticas ditatoriais que são defendidas sem nenhum pudor pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL).
O ex-capitão é a continuidade do Temer. Suas propostas atendem aos interesses dos mais ricos. O partido dele, o PSL, votou a favor do governo e das reformas que retiraram direitos em todas as situações. O povo está sendo manipulado por mentiras, e não é de hoje. A Rede Globo, por exemplo, espalhou aos quatro ventos a necessidade de uma terceira via que fosse fora da política. Bolsonaro seria esse sujeito. Argumento absurdo, uma vez que ele está há quase 30 anos ocupando mandatos políticos.
Como combater tantas notícias falsas em um contexto de ausência total de educação para a mídia? Em um país em que os principais meios de comunicação estão nas mãos de seis famílias endinheiradas? E o antipetismo, neste momento, aparece como o grande escudo para eleger Bolsonaro. Um antipetismo cego, construído pelas forças golpistas, inclusive a Rede Globo. Quem não se lembra do cano de esgoto escoando dinheiro enquanto os âncoras do Jornal Nacional davam as notícias sobre a Lava Jato?
Alternativa
A candidatura de Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB), por outro lado, discute um projeto capaz de reduzir as desigualdades sociais históricas existentes no Brasil. Eles falam em fazer a reforma tributária, a bancária, e na revogação da Emenda Constitucional 95 que congela os investimentos em áreas sociais. Haddad, ao contrário de Bolsonaro, propõe mais escolas, mais empregos e mais saúde, medidas básicas que podem fazer o Brasil feliz de novo, construindo uma possibilidade concreta de retomada do crescimento e superação da crise.
É preciso acreditar em um projeto de Brasil que seja para além das eleições. É preciso pensar na segurança, no cuidado e na unidade da esquerda. O inimigo tem ganhado força e tem conquistado os eleitores. Não há espaço para o fascismo e para o ódio no Brasil. Há espaço para mais direitos, para soberania e para mais democracia.
Edição: Joana Tavares