Comandado pela apresentadora Fernanda Lima, o programa “Amor e Sexo” voltou com tudo para a telinha, nas noites de terça-feira. E tem dado - e ainda vai dar - muito o que falar. No último programa, por exemplo, foram discutidas as relações abertas e o poliamor, em que casais puderam contar mais sobre suas intimidades e formas “não convencionais” de se relacionar.
Já na sua 10ª temporada, o que demonstra a aceitação e carinho do público, o programa apresenta uma combinação muito especial: fala de assuntos tabus ligados à sexualidade junto com entretenimento e humor, com diversos quadros ousados, nos quais se explora a sensualidade e a intimidade dos participantes da noite.
E há uma interessante novidade neste ano: a presença da filósofa e feminista Djamila Ribeiro na bancada de convidados. E, claro, a presença dela não é à toa. O programa vem apostando em debates mais politizados, com mais profundidade.
A apresentadora Fernanda Lima, que também é roteirista, aponta que esse é sinal de amadurecimento da atração e comenta a importância social de se apresentar essa discussão na TV: “A gente precisa colocar esses assuntos na televisão numa linguagem que as pessoas entendam, assimilem, e se divirtam”. E mesmo reconhecendo a existência de “discursos de ódio absolutamente retrógrados que vêm para se chocar com essa tentativa”, a apresentadora comemora: “quando vemos um programa como esse na TV, vemos que são tempos mais livres para falar sobre tudo isso.”
A palavra mais bradada por Fernanda Lima ao longo do programa funciona como um convite para os telespectadores: “desconstrua”. Ou seja, é preciso rever conceitos e preconceitos, posturas e formas de lidar com o amor e principalmente com o sexo.
Bom demais e saudável ver uma atração dessas na TV, com boas discussões, sem caretices e clichês. Para você que ainda não assistiu, vale muito a pena ver o programa, se divertir, aprender e desconstruir muita coisa.
*Felipe Marcelino é professor de filosofia
Edição: Joana Tavares