É impossível não pensar nos rumos do país a partir de domingo (28). É preciso lembrar que toda decisão política impacta em vários aspectos da nossa vida, desde o preço do feijão até os direitos que você possui.
No esporte, quando comemoramos as medalhas do Brasil, é interessante lembrar que essa superação depende, em grande parte, dos incentivos que esse atleta precisa ou precisou ter ao longo da vida. Ninguém nasce campeão.
O primeiro contato com o esporte muitas vezes ocorre na escola ou até mesmo por meio de iniciativas locais que levam lazer, esporte e cultura para crianças e jovens. A decisão de investir em esporte não é simples. É preciso treinar, aperfeiçoar e participar de campeonatos em outras cidades, regiões e até países. Tudo isso requer e, quando uma família não tem recursos, muitos futuros campeões podem ficar pelo caminho.
É nesse sentido que programas como o Bolsa Atleta ou as Leis de Incentivo ao Esporte atuam. Embora muita gente torça o nariz, é por meio de delas que promessas podem realmente virar um lugar no pódio. Para se ter uma ideia, das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros nos Jogos Olímpicos Rio 2016, só o ouro do futebol não contou com bolsistas. Já nos Jogos Paralímpicos, o Brasil teve a maior delegação da história, com 286 esportistas, 90,9% deles com Bolsa Atleta.
Esses programas precisam ser aperfeiçoados? Claro! Mas não podemos correr o risco de perdê-los. Ignorar a importância do esporte, cultura e lazer é esquecer o quanto essas áreas são essenciais para a formação da juventude. Pelo esporte, crianças e jovens têm a oportunidade de trilhar caminhos diferentes. Para muitas pessoas, o sonho de ser atleta é o escape para sair da vulnerabilidade social e pobreza.
Lembre-se que domingo não é dia de pensar somente em você e sua família. A sociedade se faz em coletivo. O bom senso, a consciência e, principalmente, a empatia, colocar-se no lugar do outro, são um bom caminho para não arriscarmos a perder o que conquistamos. Reflita!
Edição: Joana Tavares