Minas Gerais

Brumadinho

Conselho Regional de Psicologia orienta a categoria para lidar com crime da Vale

Órgão reforça que trabalhos devem ser geridos pelo SUS e divulga direcionamentos éticos e técnicos para atendimentos

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Órgão considera que intervenções que minimizem os efeitos da tragédia são inadequadas
Órgão considera que intervenções que minimizem os efeitos da tragédia são inadequadas - Foto: Larissa Costa

O Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG) está apoiando as ações voltadas para a saúde mental na região afetada pelo rompimento da barragem de rejeitos da Vale. Como a tragédia levou um grande número de psicólogos voluntários – e com as mais diversas abordagens – para o entorno da comunidade do Córrego do Feijão, a instituição realiza orientações técnicas e éticas sobre como deve ser desenvolvido o trabalho com os atingidos.

Para a organização da categoria, o CRP-MG informou que o levantamento preliminar de necessidades a ser utilizado deve ser unicamente aquele estabelecido pelo poder público, utilizando os serviços e recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Os encaminhamentos estão sendo definidos por frentes no Centro Operacional de Emergência (COE), criado em Brumadinho, e que conta com representantes das três esferas de governo. No momento, a prefeitura da cidade já recebe auxílio de profissionais de Belo Horizonte, Lagoa Santa, Itaúna e Mariana.

Além disso, o órgão considera que intervenções que minimizem os efeitos da tragédia são inadequadas, assim como aquelas que incentivam as vítimas a uma reconstrução imediata da vida - sem considerar que é uma elaboração difícil e singular. Também não é recomendável a medicalização excessiva nesta fase inicial.

Em uma reunião realizada no fim de janeiro, o conselho reuniu psicólogos de várias instituições para divulgar os direcionamentos. No encontro, foi debatida a importância de trabalhar o luto e a perda tanto com os adultos, adolescentes, idosos e crianças, mas sem negar a responsabilidade da empresa. O CRP reforça, ainda, que o acolhimento não deve ser oferecido por estudantes.

Médio, curto e longo prazo

Um grupo de 30 psicólogos foi selecionado pelo CRP para ajudar nos procedimentos emergenciais. Para os atendimentos que serão realizados em médio e longo período, o órgão estuda a possibilidade de outras estratégias de orientação.

Edição: Joana Tavares